Ao aprovar o novo Plano Ferroviário Nacional (PFN), que define a rede ferroviária nacional, no passado dia 16 de abril, o Governo determinou à empresa pública Infraestruturas de Portugal, S. A. (IP), que promova a realização dos estudos necessários à tomada de decisão relativamente a vários investimentos ferroviários, entre os quais a ligação da Zona Oeste a Lisboa.
Ao mesmo tempo, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) é a entidade responsável por este Plano Ferroviário Nacional, no âmbito das suas atribuições de coordenação, fiscalização e planeamento no sector das infraestruturas ferroviárias.
Na imagem acima que mostra as linhas atuais, está a verde o traçado atual e a azul o novo traçado proposto que prevê paragens na Venda do Pinheiro, Loures, Senhor Roubado e Campo Grande.
Na imagem seguinte, pode ver-se a azul o traçado que agora vai ser estudado, e a verde o hipotético traçado entre Vale de Santarém-Rio Maior-Caldas da Rainha-Peniche (com base na informação disponível, desenhamos sobre a base do google maps um hipotético traçado).
Rio Maior surge assim “a meio” do traçado verde.
Menos meia hora para chegar a Lisboa
Hoje, a ligação da Linha do Oeste a Lisboa é feito através da Linha de Sintra, com a ligação no Cacém, e isso impõe uma penalização no tempo de viagem a partir de cidades como Torres Vedras ou Caldas da Rainha, em comparação com a viagem por estrada.
Assim, é referido que “esta questão só será ultrapassada com a construção de um novo acesso ferroviário a Lisboa a partir da zona da Malveira que permita reduzir, em cerca de meia hora, todos os tempos de viagem para comboios provenientes da Linha do Oeste em direção a Lisboa”.
Relativamente ao terminal em Lisboa, a continuação da utilização da estação Lisboa – Rossio é aquela que implica menos alterações face ao atual padrão de serviços, bem como aquela que é operacionalmente mais simples, já que não implica atravessamentos de nível.
A IP deve procurar forma de obter o dinheiro junto da União Europeia
Ainda, segundo o diploma legal, a IP deve assegurar a inscrição dos montantes a contratar nas suas propostas de planos de atividades e orçamentos, com vista à aprovação de despesa e deve ainda determinar que os encargos financeiros resultantes dos estudos e a sua posterior implementação devem ser suportados por Fundos da União Europeia, competindo à IP procurar esse financiamento junto da União Europeia.
O Plano não refere uma calendarização certa para tudo isto, mas refere que o objetivo é obter informação para elaborar futuros programas de investimento, que o Governo tipicamente aprova para ciclos de 7 a 10 anos.
Primeira parte em marcha, falta a segunda que passa a Rio Maior
Recorde-se que em dezembro de 2024 a Comunidade Intermunicipal do Oeste aprovou uma Moção a recomendar ao Governo o estudo desta possibilidade e, também, uma linha ferroviária que ligue Santarém a Peniche, passando por Rio Maior e Caldas da Rainha.
Em Rio Maior, a Assembleia Municipal veio a conhecer desta iniciativa em fevereiro último e no início de março, na Câmara, os Vereadores Miguel Paulo e Susana Gaspar (PS) propuseram a adesão do Município a esta vontade, alegando as vantagens e “histórico de Rio Maior na defesa deste projeto”, o que veio depois a a resultar numa posição conjunta com a Coligação (PSD/CDS), no poder.
A primeira parte avança assim para estudo, a linha ferroviária da ligação do Oeste a Lisboa, falta agora a outra parte, a ligação Santarém-Rio Maior- Caldas da Rainha-Peniche.
[Imagens: IP, google, lifecooler]