Da Rua Afonso Henriques, mudam para a Mariano de Carvalho, em Rio Maior, e o espaço é muito maior…
A Academia de Música e Dança de Rio Maior tem nova casa que inaugurou neste sábado, dia 7, com pompa e circunstância, música e churrasco.
Cármen, Paulo, Zé e Cristina (Cármen Tomás, Paulo Costa, José Bernardo – a Direção da Academia, e Cristina Correia) são os ideólogos e “motores” desta Academia, por onde já passaram mais de 700 alunos, formados por mais de 20 Colaboradores, com o “jovem aluno” de idade mais avançada a contar hoje… 92 anos.
Instalada agora nos números 61 e 63 da Rua Mariano de Carvalho, em Rio Maior, a Academia ocupa um edifício restaurado para o efeito, que conta com várias salas e espaços para formação, estar e convívio, onde existe inclusive com um pequeno bar.
Logo no espaço anexo existe um enorme lote de terreno, vedado, mas onde os alunos e acompanhantes podem ter acesso para estacionar, pegar e largar os alunos ou aguardar que terminem as aulas.
Confrontando com a rua, o acesso a esta Academia faz-se pela parte posterior do edifício, precisamente pelo lote disponível, para aumentar a segurança e o conforto.
A Entrevista:
Região de Rio Maior (RRM) foi dar uma olhada neste novo espaço da Academia e quis saber mais um pouco.
Como porta-voz do grupo de empreendedores, José Bernardo (JB), recolheu a resposta dos seus Colegas e deu também a sua opinião:
RRM: A Academia é feita por pessoas, para pessoas, quem são vocês?
JB: Nós somos um grupo de amigos com profissões ligadas às artes e ao ensino, neste caso, às artes performativas, música e dança, com uma visão muito semelhante no que diz respeito à possibilidade e vontade de contribuir para a sociedade local na qual estamos inseridos.
A Cármen e o Paulo, são licenciados em Educação Musical e estão ligados à educação há já muitos anos. Passaram por diversos estabelecimentos de ensino públicos e privados, trazendo desta forma um valioso e imprescindível contributo para o projeto.
A Cristina, é Licenciada em Dança e Mestre em Ensino da Dança, também com muitos anos de experiência de ensino, enriquecendo o projeto de forma indispensável à existência do mesmo.
O Zé, é Licenciado em Som e Imagem, Pós-Graduado em Património Cultural Tradicional Popular Português, e frequentou o Mestrado em Educação e Comunicação Multimédia. Nunca exerceu profissionalmente as áreas para as quais tem formação, mas sem ele, isto não era a mesma coisa.
Mais de 700 alunos, dos 3 aos 92 anos
RRM: Quantos alunos são, e esperam neste ano, e quantos formadores/professores são? Mais crianças, adultos também… (o mais novo e o mais velho)?
JB: Os alunos que desde 2019, início da nossa atividade, já passaram pela NOSSA ACADEMIA, ultrapassam os 700. Sendo que, no final do ano letivo passado frequentavam efetivamente as aulas de dança e música aproximadamente 270 alunos.
Neste ano letivo que agora iniciamos, gostávamos muito de, pelo menos, ultrapassar os 300. No que diz respeito ao número de elementos da equipa que colaboram (e colaboraram) com a Academia já ascendem para lá dos 20, estando efetivamente connosco neste ano letivo 15.
RRM: São mais crianças, também há adultos … a idade do mais novo e do menos novo?
JB: A faixa etária dos alunos, com maior relevo, está compreendida entre os 10 e os 18 anos, sendo que as atividades desenvolvidas na academia, iniciam aos 3 anos de idade com as disciplinas de pré-ballet, na vertente dança, e com a iniciação musical, na vertente música.
O aluno menos jovem que frequentou a nossa academia, até ao ano letivo 2022/2023, como aluno de guitarra elétrica, tem hoje 92 anos.
RRM: Quais são as disciplinas/aulas que oferecem?
JB: As modalidades disponíveis e em funcionamento, no que diz respeito à vertente de dança são: (Técnicas de dança Clássica) – Pré Ballet; – Ballet; (Técnicas de dança Contemporânea) – Dança contemporânea; Dança Criativa; HipHop (Danças Afro-Latinas) – Samba; Bachata; Kizomba; Merengue.
Relativamente à vertente de música, temos disponíveis e a funcionar as disciplinas: Acordeão; Bateria; Baixo; Concertina; Guitarra Clássica/Elétrica; Piano; Saxofone; Técnica Vocal e Violino.
Este ano que agora inicia, vamos ter uma atividade onde as vertentes música e dança interagem de uma forma quase natural, estou a referir-me à Capoeira.
Para além das modalidades já referidas, temos outras que por falta de adesão não estão em funcionamento como é o caso do Sapateado, na vertente de dança e o Bandolim; Cavaquinho; Guitarra Portuguesa e a Trompa, na vertente música.
“Já que o Plano A resultou, o Plano B é repetir novamente o Plano A…”
RRM: Estavam em instalações menores, agora passam para um “mundo diferente”, qual é o vosso projeto, que metas esperam atingir no futuro?
Aumentaram o vosso Plano? Tem mais disciplinas, dão mais aulas, mantêm a mesma audição anual…?
JB: A razão pela qual sentimos necessidade de mudar de instalações, já só por si, reflete uma conquista e objetivos alcançados. Sendo que a questão do alcance de objetivos, no nosso caso, foi muito natural e espontânea, uma vez que, sem nunca termos traçado uma meta a atingir, a capacidade das antigas instalações foi começando a esgotar-se, mostrando-se quase vital para a continuidade do projeto a necessidade de mudança. No futuro, apenas nos comprometemos, com o empenho, dedicação e resiliência que sempre tivemos no passado. Já que o plano A resultou, o plano B é repetir novamente o plano A…
A arte convida e se aceitarmos, evoluímos
RRM: A música, a dança, a performance… são importantes na vida de uma criança e de um adulto? Em que medida?
JB: A arte, em todas as suas mais diversas formas é importante para o desenvolvimento intelectual de todos os indivíduos. É através das diversas manifestações artísticas que conseguimos ver, sentir, interpretar, avaliar e evoluir. Se aceitarmos o convite que a arte nos faz para interpretarmos, sentirmos e avaliarmos o “objeto” artístico, ficaremos muito mais capazes de evoluir como pessoas, como indivíduos que somos.
E se replicarmos esta mesma capacidade por cada individuo que integra e compõe uma sociedade, teremos, na nossa ótica, o caminho facilitado para conseguirmos criar sociedades mais atentas e despertas para a realidade que a rodeia.
RRM: Quais as maiores dificuldades que enfrentam no vosso dia-a-dia e o que acham que poderia mudar para cumprirem melhor a vossa missão?
JB: Uma das grandes dificuldades, se não mesmo a grande dificuldade, é conseguirmos fazer com que o acesso à aprendizagem artística, no nosso caso música e dança, possa ter um alcance o mais genérico possível, pois só assim, se consegue a tal sociedade atenta e desperta.
Ainda existe uma ideia feita (que devemos vencer), que a cultura se pode relegar para um plano secundário. Também em termos económicos, o esforço tem sido considerável, uma vez que, tendo nós a vontade de tornar acessível a todos aqueles que se sintam tocados pelas atividades que desenvolvemos, a possibilidade de frequentar, reduzimos substancialmente a margem de rentabilidade.