Hoje foi o dia da Hipertensão Arterial.
A este propósito, e de uma das principais consequências, o Acidente Cerebral Vascular (AVC), deixamos aqui o testemunho do Dr. Fernando Pinto, Assistente Graduado Sénior de Cardiologia no Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV):
A principal causa de morte a nível mundial são as Doenças cardio-cerebro-vasculares (DCCV), das quais se destacam o AVC e o Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM), que são responsáveis por aproximadamente cerca de 85% de todas as DCCV.
Em Portugal morrem, anualmente, mais de 32.000 pessoas vítimas destas doenças.
Provavelmente de maior relevância é o facto de as DCCV serem também uma das principais causas de morte prematura, isto é, aquela a que acontece antes dos 70 anos (calcula-se que possam reduzir em 12-14 anos a esperança de vida em Portugal).
Para além desta elevada mortalidade, as DCCV são responsáveis por um elevado número de internamentos hospitalares e são uma das mais importantes causas de incapacidade, deixando os doentes com elevado grau de dependência de outras pessoas.
De entre os fatores de risco para o aparecimento e progressão das DCCV e particularmente para o AVC destaca-se a Hipertensão Arterial definida como pressão arterial maior ou igual a 140/90 mmHg.
Não provoca sintomas específicos durante muitos anos, sendo muitas vezes descoberta
apenas quando surgem as dramáticas complicações (AVC, EAM, Insuficiência Renal grave, etc.).
Mas há boas notícias, visto que hoje está claramente demonstrado que o
diagnóstico precoce e o consequente tratamento correto e atempado da Hipetensão
são capazes de reduzir o risco de desenvolver DCCV, de atrasar o seu eventual aparecimento e diminuir a gravidade das suas terríveis consequências.
Os 3 passos
O primeiro passo é, naturalmente fazer o diagnóstico que é simples e pode ser feito em
múltiplos locais e consiste em medir regularmente a pressão arterial.
O segundo passo é adotar comportamentos saudáveis.
Devemos reduzir o consumo de sal, mas também do álcool e das calorias e gorduras saturadas.
Em contrapartida, aumentar o consumo de vegetais e fruta, a prática de exercício físico regular, sem descurar a correção do excesso de peso ou obesidade e a cessação total do tabaco.
Quando estas medidas são insuficientes, poderá ser necessário tomar medicamentos anti-hipertensores (o comprimido para a tensão arterial).
Nunca é demais recordar que os medicamentos anti-hipertensores só são eficazes a controlar a pressão arterial, se forem tomados corretamente, isto é, seguindo rigorosamente a indicação do médico.
Esta estratégia 1,2,3 é certamente a chave para o sucesso na redução das nefastas e dramáticas consequências das DCCV, particularmente do AVC, em Portugal.
Da região de “assistência médica” de que Rio Maior faz parte, o Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria (ACES), somos o concelho com maior índice de hipertensão e das doenças a ela associadas.
Será porque temos as Salinas de Rio Maior?
Seja como for, olhe pela sua saúde. É este o conselho da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC).