Brasileiros: porque vieram para Rio Maior

Rio Maior não será um destino de eleição para atrair emigrantes de origem brasileira. Preferem os maiores centros urbanos do país, como Lisboa, Porto, Braga ou até mesmo o Algarve, por exemplo.

Mas, seja por ligações familiares ou de amizade anteriores, a Comunidade Brasileira em Rio Maior tem crescido, onde desenvolvem a sua vida e trabalham, seja por conta de outrém, seja em atividades próprias.

Região de Rio Maior quis saber um pouco mais acerca desta Comunidade e procurou um exemplo desta “aventura em terras Lusas”.

Encontrou Maria Eduarda, 24 anos, natural do Rio de Janeiro (Brasil) e que é uma emigrante no nosso país. Uma “emigrante empreendedora”. Estabeleceu-se por conta própria e “toca prá frente” o seu próprio negócio.

Foram os seus pais que decidiram vir para Portugal, há 6 anos atrás. Procuraram uma oportunidade e, como diz Maria Eduarda, “eu vim junto com eles”.

Região de Rio Maior (RRM) conversou com Maria Eduarda (ME) sobre esta sua “aventura” e quis conhecer melhor um exemplo da Comunidade Brasileira em Rio Maior.

 

Uma mudança “por conta dos pais”

RRM: Como foi sua vida no Brasil e qual a razão da mudança?

ME: A minha vida no Brasil era muito boa, eu trabalhava em lojas, morava no centro e a razão da mudança mesmo foi por conta dos meus pais.

RRM: Você tem família aqui?

ME: Tenho. A minha família inteira está aqui. O meu pai, a minha mãe a minha irmã, a minha sogra e o meu marido.

RRM: Tem filhos?

ME: Tem um amor da minha vida, Levi. Já nasceu aqui em Portugal.

RRM: A comunidade brasileira que está cá costuma juntar-se, conviver e praticar a vossa cultura?

ME: Sim claro. Na igreja, na rua, em outros lugares também.

Segurança e qualidade de vida

RRM: O que acha de melhor e de pior em Portugal?

ME: Acho que nós temos segurança, nós temos qualidade de vida, e pior não sei…

Olha, eu não costumo olhar para as coisas ruins. Mas, eu não sei sinceramente responder a essa pergunta de pior.

RRM: Pensa em voltar para o Brasil, um dia?

ME: Não, não penso.

RRM: Imagine que o seu filho um dia quer voltar para o Brasil. Você deixaria ele voltar?

ME: Claro. Deixaria sim. Será uma escolha dele.

O trabalho é uma segunda casa

RRM: Porque decidiu abrir sua própria empresa? E, já agora, dedica-se a quê?

ME: Porque já trabalhei em fábrica, assim que cheguei aqui em Portugal, e não era um lugar que eu gostaria de viver, decidi criar o meu próprio negócio.

Quando a gente começa a trabalhar, basicamente 8 horas do dia, o trabalho é nossa segunda casa e eu não queria a fábrica como a minha segunda casa.

Então, por isso, que eu decidi abrir minha empresa e trabalhar para mim, por conta própria, que é a melhor coisa que tem.

O nome da minha empresa é Duda Camacho – Beauty e Academy, ela está situada na Avenida Paulo VI ,27, e se dedica à estética. Manicure, pedicure, cabeleireira, tratamentos faciais, design de sobrancelha, micropigmentacão, depilação, esse tipo de cuidados.

RRM: Você sentiu dificuldades de “empreender” num novo país?

ME: Claro é muito complicado. Mas eu acho que com muita perseverança e “não desistir porque tem muita dificuldade, aí os resultados vem né!”.

RRM: E o que você faz aqui na sua empresa?

ME: Eu sou mais de design de sobrancelha, a micropigmentadora, e trabalho mais com tratamentos faciais. Mas, faço um pouco de tudo.

Mas temos mais 2 colaboradoras, também elas brasileiras em Portugal, e que se dedicam mais ao cabelo e às unhas.

Muitos dos produtos que usamos importamos diretamente do Brasil, o que dá um toque especial no que fazemos.

RRM: Um conselho que você daria a alguém que quer se mudar para Portugal em busca de algo novo e melhor. Vale a pena?

ME: Eu acho que o melhor conselho é se programar para dificuldades e imprevistos. Mas, sim. Vale a pena e é muito bom.

[Este artigo foi possível pelo trabalho e imagens de Ana Luiza Freitas, estudante brasileira em Rio Maior, e que colabora com este jornal através de um Estágio protocolado com a Escola Secundária Dr. Augusto César da Silva Ferreira. Região de Rio Maior agradece e deseja os maiores sucessos, à Maria Eduarda e à Ana Luiza]

[Imagens: Ana Luiza Freitas]

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