Começou ontem e termina a 6 de dezembro a greve de 2 horas no início de cada período de trabalho levada a cabo pelos trabalhadores dos CTT de Rio Maior.
“Você tem direito a ser bem servido. Nós o direito a servi-lo melhor!” é a frase que dá título à sua nota informativa que vão distribuindo a quem passa pela sua concentração, esta manhã na Praça da República, em Rio Maior.
Ali pode ler-se que “continua a política da empresa de diminuição do número de Carteiros” e que se o “correio normal” diminuiu, “o número de correspondências registadas, encomendas, correio expresso e objetos volumosos” aumentou obrigando os carteiros a “gastar” mais tempo na sua entrega.
Isto é o que nos diz Dina Serrenho, dirigente do SNTCT (Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações), que acompanha estes Carteiros nesta manifestação.
Mas diz mais, “é preciso ocupar os postos de trabalho que estão vagos neste momento, e que tanta falta fazem para a distribuição das milhares de correspondências que estão depositadas, há muito tempo, à população de Rio maior e parte de Santarém, também (…)”.
São cerca de 15 000 cartas, sobretudo de entidades oficiais, como seja a segurança social, a câmara municipal, a eletricidade, e que afetam sobretudo os mais idosos que são quem recorre menos às faturas digitais, por exemplo.
“Pelo menos precisamos de mais 4 Carteiros”, afirma ainda, tal como estão 4 viaturas prometidas há bastante tempo e que não chegaram.
Jorge Monteiro, delegado sindical do SNTCT reforça que “não estamos aqui a pedir dinheiro, queremos apenas mais condições para trabalhar e cumprirmos a nossa missão”. “Há aldeias onde a distribuição de correio acontece apenas de 15 em 15 dias”, diz ainda, e isto por falta de meios.
E o que queriam ver mudado nos próximos 6 meses para melhorar o vosso trabalho?
“Respeito aos trabalhadores pelo trabalho que fazem e pelo esforço que têm todos os dias”, foi a resposta de Dina Serrenho.
Quanto ao momento de viragem que agravou estas condições, a dirigente foi perentória e indica o momento da privatização, em 2013. A partir desse momento e com uma sistemática contenção de custos, a situação agravou-se muito e não tem tido solução.
Esta manhã, das 7h30 às 9h30, os carteiros cumpriram o seu 2º dia de greve às primeiras horas de serviço, dizem que escolheram esta forma “para não perder mais dinheiro e para não atrasarem ainda mais o serviço”, mas que “não tem outra forma de lutar pela dignidade da profissão e qualidade do serviço porque a empresa não os ouve”.
Presentes, na maioria, Carteiros do Centro de Distribuição de Rio Maior, e do Atendimento ao Público, apenas Jorge Monteiro, o delegado sindical daqueles trabalhadores.
Região de Rio Maior contactou a empresa CTT, quanto a esta greve e reivindicações e aguarda resposta.
À esquerda, Dina Serrenho, dirigente do SNTCT, e à direita Jorge Monteiro, delegado do mesmo Sindicato