Dia Nacional da Imprensa. Contra as fake news

O Dia Nacional da Imprensa foi celebrado a 16 e 17 de maio, nas passadas 5ª e 6ª feiras, no Museu do Fado, em Lisboa, aliando-se às celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa.

Fazer da nova “Inteligência Artificial” um aliado e não um inimigo foram algumas das palavras de Carlos Moedas, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, na Sessão de Abertura, por entre o desafio e ânimo que deixou à “imprensa”.

Precisamente, os desafios da imprensa e o mercado da língua portuguesa foram o tema central deste Dia Nacional da Imprensa, este ano celebrado pela Associação Portuguesa de Imprensa e onde o Região de Rio Maior esteve presente.

A Associação Portuguesa de Imprensa escolheu a cidade de Lisboa e o mês de maio – mês em que se celebram o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e o Dia Mundial da Língua Portuguesa – para as comemorações “numa altura em que a língua portuguesa e a imprensa assumem um papel cada vez mais importante e agregador em Portugal e no mundo”, frisou em comunicado.

O Dia Nacional da Imprensa contou com a participação de diversas individualidades – editores e profissionais de várias áreas, especialistas e académicos.

 

Uma notícia com vídeo e voz completamente falsa 

De entre várias intervenções e apresentações, destacamos o testemunho de Henrique Almeida, um jornalista português na Bloomberg News, que expôs o problema da “desinformação” e das “deep fake news” – as notícias falsas feitas com precisão e perícia.

Imagine-se ver o CEO de uma grande empresa, no X (ex-twitter) a anunciar, de viva-voz e em vídeo, que a sua empresa vai comprar uma outra.

Afinal, tudo isto foi, de fato, falso. Um qualquer “criminoso digital” utilizou um software e recorreu à “Inteligência artificial” e fabricou este vídeo, com a voz do tal CEO…

O problema, é que o mercado reagiu e as Bolsas de valores subiram ou desceram, foram adotados comportamentos, tudo com base nesta “notícia falsa”.

Este tipo de eventos obrigou estes canais de informação, como a Bloomberg, a redobrar a atenção. Consequentemente, passaram a verificar com mais rigor a fonte da notícia e a sua veracidade. O que os faz ocupar mais recursos e demorar mais tempo a noticiar. No entanto, tem de ser.

E aqui, Henrique Almeida descreveu a sensibilidade humana como sendo um dos fatores que podem fazer a diferença, face à Inteligência Artificial. Há uma sensibilidade, quase que um sexto-sentido que a máquina não tem.

Ele, e o conjunto de oradores naquela sessão, Liliana Costa, da Universidade de Aveiro (DigiMedia), Ruth Contreras, da University of Vic – Central University of Catalonia e Alessandra Carenzio , da Catholic University of the Sacred Heart, moderados por João Moraes Palmeiro, da AMCC – Aveiro Media Competence Center acabaram por concluir que, hoje em dia, mais do que regulação, é necessária formação dos Jornalistas para lidar com esta nova realidade.

 

Aumentar a literacia nos media com um videojogo 

Muito interessante foi o desafio lançado pela Associação Portuguesa de Imprensa a esta AMCC. O desafio consistia em encontrar formas de combater as fake news e formar cidadãos para identificar e proteger-se dessa realidade crescente.

A forma encontrada foi um jogo multimédia (videogame) com componentes digitais e físicas. Nele, crianças e adultos podem jogar e divertir-se enquanto aprendem, similar ao estilo do “Super Mário”.

No jogo, o objetivo é somar pontos em função da escolha de notícias e em saber se serão verdadeiras ou falsas.

É preciso verificar a sua fonte para determinar se é ou não verosímil. Além disso, é importante considerar o que dizem outros órgãos de comunicação sobre os mesmos factos. Dessa forma, será possível decidir se poderá ser uma “fake news” ou não.

Aumentar a literacia jornalística do leitor e consumidor de conteúdos é um dos grandes objetivos. Isso é especialmente importante em momentos de crise, como as guerras que afetam os nossos tempos e a contra-informação pública gerada.

Para proteção do cidadão e dos meios de comunicação social em si. Para proteger a Sociedade e a Democracia.

Ruth Contreras, da University of Vic – Central University of Catalonia, Alessandra Carenzio, da Catholic University of the Sacred Heart, Oksana Tymoshchuk, da Universidade de Aveiro (DigiMedia), Frederico Proença, da Universidade de Aveiro, e Ana Rita Passos, também da Universidade de Aveiro, desenvolveram e apresentaram o Projeto Yo-Media – Youngster’s Media Literacy in Times of Crisis.

 

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