Doentes crónicos esquecem-se de tomar medicamentos

 

Doentes crónicos esquecem-se de tomar medicamentos

Foi realizado um inquérito junto de população com doenças crónicas e a conclusão é a de que 58,8% dos doentes crónicos cumprem as recomendações médicas, cerca de um quarto (24,8%) admite esquecer-se frequentemente da medicação, e 16,4% acaba por não a tomar, sequer.

Este estudo, com a designação de ‘Adesão à Terapêutica, barreiras, consequências e soluções – a Visão dos Portugueses’, foi realizado por 2 empresas da área do medicamento e da sua gestão, a Spirituc, comk o apoio da Servier Portugal.

Uma realidade preocupante, que coloca muitos doentes em risco de desenvolver complicações, sobretudo quando se trata de doenças crónicas assintomáticas, como a hipertensão arterial, frequentemente referida como o “assassino silencioso”. Não se sente.

Esta não adesão à terapêutica (não tomar os medicamentos) continua a ser um grande desafio em Portugal, e coloca muitos doentes em risco de desenvolver complicações.

Os doentes negligenciam, em média, mais de duas tomas por semana da medicação prescrita.

O principal culpado? O esquecimento, responsável por 81,7% dos casos desta baixa adesão à terapêutica.

 

Doentes sabem que ao esquecerem-se estão em risco

93,3% dos inquiridos reconhecem que o seu “esquecimento em tomar a medicamentação” pode ter um impacto elevado no controlo da doença.

E admitem que isso pode ainda originar outras complicações, como o AVC ou ataques cardíacos (50,6%) e um aumento dos internamentos e idas às urgências (50,2%).

Também há os mais céticos, que consideram que a não adesão tem pouco impacto, 60% consideram que se a falha for ocasional (uma ou duas vezes por semana) não tem impacto.

Quando questionados sobre os obstáculos à adesão à terapêutica, os portugueses apontam a falta de consciencialização dos doentes para a sua doença como um fator importante (36,2%).

Particularmente alarmante é que 20,9% dos inquiridos admitem que a ausência de sintomas visíveis os leva a negligenciar o tratamento, enquanto outros 21,2% só levam a sério a medicação para doenças que consideram “graves”.

Ainda de acordo com o inquérito, entre os inquiridos que fazem atualmente medicação para a hipertensão e dislipidemia, mais de metade (52%) considera que o não cumprimento da medicação só leva ao agravamento da doença se as falhas forem muito frequentes ou por muito tempo.

Já entre os inquiridos que dizem não fazer tratamento, dois terços não apresentam qualquer receio que a sua doença se possa agravar por esse motivo.

Por isso se criou o “Dia Mundial da Adesão”

Estes são dados que justificam a criação do Dia Mundial da Adesão, uma iniciativa global que junta várias sociedades científicas e parceiros internacionais, como a World Heart Federation e que visa sensibilizar a população, profissionais de saúde e instituições para a urgência de melhorar a adesão à terapêutica na gestão da hipertensão e de outras doenças crónicas que, de acordo com vários estudos, pode reduzir o risco de mortalidade a longo prazo em até 21%.

Em Portugal, para assinalar este dia, além do inquérito aos portugueses, é ainda lançada a campanha ‘Não Perca Tempo’ (‘Don’t Miss a Moment’), reforçando a ideia de que pequenas ações hoje podem garantir grandes momentos no futuro, ou seja, ao seguir corretamente o tratamento, os doentes estarão a proteger os momentos mais importantes das suas vidas, o tempo com a família, celebrações e conquistas pessoais.

Para sublinhar essa importância, vários monumentos vão ser iluminados de vermelho em todo o País, como o Cristo Rei, em Lisboa, a Assembleia Legislativa dos Açores e o Palacete dos Viscondes de Balsemão, no Porto.

27 de março foi celebrado pela 1ª vez em Portugal

Em Portugal, o Dia Mundial da Adesão e as atividades ligadas à celebração desta efeméride, que se assinala pela primeira vez, conta com o apoio da Associação Nacional das Farmácias, Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Portugal AVC, Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral, Sociedade Portuguesa de Aterosclerose, Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Sociedade Portuguesa de Hipertensão, Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e Servier Portugal.

[Imagens: WAD]

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