O Governo quer criar nas juntas de freguesia “esquadras do cidadão”, que vão funcionar como locais de atendimento onde podem ser feitas participações de crimes como furtos, por exemplo.
O Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, avançou com este novo conceito das “esquadras do cidadão”, que será realizado por acordo com as freguesias, e o serviço de atendimento será prestado por polícias da PSP, para já.
O projeto-piloto vai avançar numa freguesia de Lisboa, daí ser só a PSP envolvida ao momento, terá uma avaliação trimestral e depois se verá até onde pode ser alargado.
A ter sucesso, lá chegará a freguesias rurais e urbanas onde a jurisdição é da GNR e, em princípio, de acordo com a população residente e a distância que tenha de uma esquadra mais próxima.
Este projeto foi lançado na cerimónia de tomada de posse dos diretores nacionais adjuntos e do inspetor nacional da Polícia de Segurança Pública.
Freguesias foram apanhadas de surpresa
Apanhado de surpresa, o presidente da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), Jorge Veloso, admitiu, no entanto, que as “esquadras do cidadão” são uma “boa medida”.
Justificou esta sua posição com a falta de policiamento em muitos locais, e que a junta de freguesia é por vezes muito procurada pelos cidadãos para apresentar reclamações e outras situações que não deveriam acontecer.
Polícias são contra
Já o Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP/PSP) manifestou-se contra a intenção de se criarem “esquadras do cidadão”, considerando que os reais problemas da PSP vão continuar por resolver.
Em comunicado, o SPP/PSP considera que as “esquadras do cidadão”, anunciadas pelo Ministro da Administração Interna, vão “em sentido contrário daquilo que a PSP necessita”.
“Face ao elevado número de esquadras existentes em Lisboa (muitas delas com distâncias reduzidas entre elas), sabendo que por norma estão abertas 24 horas, todos os dias da semana, esta medida irá agravar a falta de polícias disponíveis para atender as situações prioritárias, sem resolver o real problema”, afirma o sindicato.
Também a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) questiona como é que o Governo quer fazer “omeletes sem ovos” para operacionalizar as “esquadras do cidadão”, tendo em conta a falta de efetivos na PSP.
A intenção de haver esquadras do cidadão nas Juntas de Freguesia está lançada, avança em Lisboa, ainda não se sabe em que freguesia, e depois… logo se vê.
[imagem: Quartel da GNR, Rio Maior – RRM]