Grandes cheias de 1967, foi há 56 anos

     

Faz hoje 56 anos que no ano de 1967 as cheias na região de Lisboa, e que se fizeram sentir em todo o Vale do Tejo, causaram cerca de 700 mortos e a destruição de 20 000 casas.

Foi a pior catástrofe na região desde o grande sismo de 1755.

Fortes chuvas na madrugada de 25 para 26 de novembro, fruto de uma depressão meteorológica que percorreu todo o Vale do Tejo, precipitação intensa e concentrada provocou cheias em toda esta região, com especial incidência em Loures, do qual fazia parte na altura o atual concelho de Odivelas.

Sobretudo nas freguesias, naquela época, de Póvoa de Santo Adrião, Olival Basto e Odivelas, e ainda em Vila Franca de Xira e Arruda dos Vinhos, a destruição foi grande.

A precipitação destas fortes chuvadas equivaleu a um quinto da precipitação anual.

Na estação meteorológica da Avenida Gago Coutinho, em Lisboa, foram registados 115.6 mm de precipitação num período de apenas 24 horas e na de São Julião do Tojal, em Loures, 111 mm em apenas 5 horas (entre as 19h e as 24h de dia 25 de novembro).

     

Várias causas contribuíram para a gravidade das cheias: as bacias hidrográficas da região lisboeta têm áreas reduzidas e tempos de resposta curtos (2 horas); a drenagem foi dificultada pela construção ao longo dos cursos de água, pela falta de limpeza dos rios e ribeiras, e, em muitos pontos, pela canalização subterrânea com dimensão insuficiente.

As inundações, associadas às precárias condições de habitação e à falta de ordenamento, causaram cerca de 700 mortos e deixam milhares de pessoas sem abrigo, e destruíram casas, estradas e pontes.

Arruda dos Vinhos registou 12 mortos, Vila Franca de Xira 204 mortos e só na pequena aldeia de Quintas, em Castanheira do Ribatejo, 90 dos 156 habitantes perderam a vida.

Cheias provocadas pela chuva em Valada e Ribeira de Santarém

Todo o centro de Alenquer ficou debaixo de água, Valada, no cartaxo e Ribeira de Santarém, em Santarém, ficaram alagadas.

Naquela noite de 25 para 26 de novembro de 1967, tal como hoje, era de sábado para domingo.

 

[Imagens: O Século, O Século Ilustrado, InterClássicos, CMVFX]

Veja Também:

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments