Em abril e agosto de 2019 os motoristas de matérias perigosas (onde se incluem os combustíveis) pararam o País.
A primeira greve decorreu de 15 a 18 de abril de 2019, seguida pela segunda em 12 de agosto, envolvendo o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM).
Esta última duraria 7 dias e “punha na rua” a tentativa de diálogo com o Governo que durava há 2 anos e sem qualquer sucesso.
O Governo estabeleceu serviços mínimos, não integralmente respeitados, e aplicou uma requisição civil que autorizava a substituição dos motoristas grevistas pelos militares das Forças Armadas.
Um oleoduto para combustível entre Aveiras e o aeroporto
Tal foi a surpresa logo em abril, que o Governo projetou e anunciou em maio um oleoduto de Aveiras de Cima até Lisboa.
O objetivo seria ligar a CLC – Companhia Logística de Combustíveis ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, para que não faltassem combustíveis na capital e, claro, aos aviões.
A estrutura usaria uma conduta da EPAL que se estende dos Olhos de Água, no rio Alviela (Alcanena), passando perto das instalações da CLC até à rotunda de Moscavide, próxima do Aeroporto de Lisboa.
Aí, seria necessário construir um prolongamento do oleoduto até ao aeroporto, e a ANA teria de construir novos tanques de reserva.
A EPAL planejava desativar a conduta até o final de 2019, com um custo total estimado em cerca de 40 milhões de euros, para que entrasse em funcionamento antes do final de 2021.
Na prática, a CLC financiaria o oleoduto com os custos do transporte rodoviário em camião-cisterna, trazendo benefícios como a melhoria da segurança e do ambiente, e reduzindo o “tráfego perigoso” na A1.
Naquela altura, também se levantou o problema da conduta da EPAL passar pelo centro de Vila Franca de Xira. Se antes levava água, passaria agora a levar gasolina, e isso era perigoso.
Com os novos planos, caiu o oleoduto
Entretanto não mais se falou no assunto e hoje ele caiu por completo.
Com o anúncio do novo aeroporto em Alcochete e o reforço do Aeroporto de Lisboa, Humberto Delgado, nos próximos tempos, a intenção do oleoduto foi descartada para dar resposta até que o novo aeroporto esteja construído.
Na aprovação dos projetos o Governo deixou cair “investimentos não essenciais” onde incluiu este oleoduto, de Aveiras de Cima até ao Aeroporto Humberto Delgado.
[Imagens: CLC, ANA]