O Pavilhão Multiusos de Rio Maior fecha ás 9h15, pelo que a azáfama é grande.
Os banhos foram tomados de manhã cedo, há a distribuição do pequeno almoço, já na rua que o tempo está bom, e a “azáfama” tranquila estende-se pela manhã fora.
Aos poucos, as famílias de acolhimento vêm trazer os seus “hóspedes” que se vêm juntar aos que aqui pernoitaram. Já trazem o pequeno almoço tomado.
Há quem dê um salto aos campos de jogos, há quem dance na porta do Pavilhão, espicaçados pelos animadores voluntários, há quem se encaminhe pela cidade fora, em direção à Igreja Matriz.
Vão a caminho do encontro “Rise Up” (erguer, em português), onde orientados por animadores se preparam para mais uma jornada.
Witamy (bem-vindo)
Witamy, em polaco, bem-vindo, em português, é a palavra que se lê logo na entrada, depois de passarmos pelas bandeirinhas vermelho e branco entre os pilares do alpendre.
Já lá dentro, o coro vai dando de si, entre vozes e instrumentos, e o espaço vai-se compondo de peregrinos, polacos, são todos polacos.
Alguns dos cerca de 270 que Rio Maior acolhe e que ali se preparam para uma missa a meio da manhã, antes de rumarem a Lisboa, em autocarros já alinhados e em espera, para participarem em mais um dia da Jornada Mundial da Juventude.
Hoje o Papa Francisco faz-lhes o “Acolhimento”, na Colina do Encontro (Parque Eduardo VII), pelas 17h45.
De Gdansk veio a Rio Maior
Piotr Przyborek, 47 anos, é Bispo-Auxiliar de Gdansk (cidade portuária situada na costa báltica da Polónia, com quase 490 mil habitantes) e um dos 2 Bispos daquela Diocese que acompanham a sua delegação em Portugal, com cerca de 600 peregrinos.
Ficou hospedado numa família de acolhimento em Lisboa, e hoje está em Rio Maior onde celebra a missa na Igreja local. Região de Rio Maior falou com ele:
Região de Rio Maior (RRM): O que faz estes jovens estarem aqui?
Piotr Przyborek (PP): Deus está entre os Jovens e há um sentimento comum que os percorre e leva a que se unam e sigam um só caminho, sempre em alegria, para um mundo melhor. E quero dizer que a hospitalidade do povo português, e aqui em Rio Maior, é muito grande e sentimo-nos em casa.
RRM: Acha que estas Jornadas serão importantes numa mudança no Mundo daqui para a frente?
PP: Sem dúvida. Especialmente agora onde conseguimos ver que os Jovens assumem um papel principal na sociedade e são um sinal para todos os outros, agindo como uma família e reforçados pela presença do Papa, que os une numa causa global.
RRM: O Papa disse ontem que Lisboa (Portugal) tinha uma posição importante no futuro e na conciliação do Mundo. Acredita nesta capacidade de assim ser?
PP: Tenho a esperança que sim e rezo para que consiga. Há uma grande semelhança entre a Polónia e Portugal quando falamos de fé e sentimo-nos unidos a vós para vos dar força nessa missão.
Piotr Przyborek, naturalmente preocupado com os acontecimentos à porta do seu País e o impasse da guerra na Ucrânia, prefere não se sentir ameaçado e tem fé que o bom-senso impere e se alcance a paz em breve.
Agora, a missa antes dos peregrinos rumarem a Lisboa, para o Acolhimento, e com regresso a Rio Maior marcado, lá para as 11 da noite.
Desejamos-lhe uma “dobra podróż”, como quem diz: boa jornada!
