Jornada Mundial da Juventude: o Vigário

O Padre Sérgio Santos (PS) é o Pároco de Alcobertas. É também o Vigário, da Vigararia de Rio Maior.

Na despedida dos Peregrinos colhemos a sua opinião:

Solidariedade e Fraternidade

RRM: O que fica nos corações destes Jovens depois de terem participado e feito a Jornada?

PS: Sobressaem daqui 2 palavras: solidariedade e fraternidade.

A fraternidade, no sentido de, depois de uma pandemia, depois de uma crise financeira mundial, depois de tudo isso, veio o desejo e a sede de estarem juntos e reunidos para celebrar e viver a Fé, o que levou a uma explosão de afeto.

O que ouvi nos Voluntários e nos Peregrinos que chegavam a Rio Maior e a Lisboa foi o sentirem-se irmãos para poderem viver e testemunhar a mesma Fé. A Fé em Cristo e unidos ao Santo Padre, que é o Vigário de Cristo na Terra.

A solidariedade, vem depois como consequência de quem ama. Aliás, foi sempre este o tom da nota nas diversas mensagens do Santo Padre ao longo destes 5 dias. Ou seja, há um amor que se torna concreto, na ajuda, no companheirismo, na aflição (as noites mal dormidas, mal comidos, o andar muito…) é próprio de uma Peregrinação e de quem está fora do seu País [estes acabam por ser os símbolos de uma caminhada da Vida].

A solidariedade e a fraternidade manifestam-se depois no acolhimento próprio dos portugueses. Todos os Peregrinos falam isso: o bem acolhidos que foram, o exemplo de carinho e dedicação, as famílias que acolheram na sua própria casa… isto é o que se chama o Evangelho vivido.

Os Jovens ganham-nos aos pontos

RRM: O Papa disse-lhes “unam-se e não tenham medo”. O que podem estes Jovens fazer pelo amanhã?

PS: Há um ditado chinês que diz: “para se fazer uma grande caminhada é preciso dar um primeiro pequeno passo”.

O “não ter medo” foram as primeiras palavras de São João Paulo II quando foi entronizado Papa [entronizado a 22 outubro 1978, foi eleito a 16 de outubro de 1978]. Ele não disse “abri as portas a Cristo”, disse “escancarai as portas a Cristo, não tenhais medo”, e tem sido sempre esse o discurso feito à Juventude.

Eles ganham-nos sempre a pontos: a irreverência e a criatividade. Os Jovens não têm os vícios da maturidade e veem as coisas de “maneira nova”. Mas, a primeira coisa a fazer é mudarem-se a si próprios, a conversão. O primeiro passo começa em si. Daí o Santo Padre dizer “não tenham medo de ser irreverentes”, uma maneira nova de apresentar soluções aos problemas que são antigos.

Aqui cabe-nos a nós, mais maduros, acolher isto mesmo: uma partilha entre gerações, partilhando diversas maneiras de resolver problemas velhos.

A questão ecológica, por exemplo, a pegada ecológica, a “coisa viciante” das novas tecnologias e o mundo virtual, com a nota: “(…) desligai do mundo virtual para viverdes a riqueza do mundo real (…)”, disse o Papa Francisco. A vida vivida…

Há uma facilidade de compreensão deste novo mundo que permite comunicar entre si e atacar os problemas de hoje.

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