O Clube Motard Montanelas, de Casais Monizes (Rio Maior) celebrou os seus 18 anos, neste domingo dia 18.
O momento foi assinalado com um almoço convívio, com direito a bolo, onde motards, familiares e amigos se juntaram.
Mas, vamos contar mais…
Mata-Bicho em dia de sol com paragem no baloiço
Presidente, Hugo Silva, 41 anos, operador de máquinas de pedra.
Vice-presidente, Fábio Santos, 37 anos, responsável de produção.
Tesoureiro, Magno Filipe, 43 anos, manobrador de máquinas.
Esta é a direção do Clube Motard Montanelas, de Casais Monizes (Alcobertas – Rio Maior) no dia em que atingem a maioridade, fazem 18 anos.
E casaram os anos: 18 anos, a 18 de fevereiro.
A festa deste marco acontece na sua sede, em Casais Monizes, onde assumiram o desafio de servir um “Mata Bicho”. Um pequeno-almoço gigante destinado a todos aqueles que os visitaram na manhã, vindos desta região Oeste.
E a festa foi bem programada porque, para além da organização de tamanha aventura, foi eito um acordo com S. Pedro e o dia foi de sol, quente. No topo da serra nem vento havia!
Domingo perfeito para um passeio de mota pela manhã, com paragem no Montanelas para pequeno-almoço, bolo de aniversário e dar os Parabéns aos companheiros de estrada.
Paragem obrigatória no baloiço instalado na entrada da população, com vista sobre o horizonte a sul da Serra dos Candeeiros (Alcobertas logo ali), e que tem feito história na região e no País quando é visitado e notícia da imprensa nacional, como o jornal Expresso em dezembro de 2021.
Uma velha motocicleta (scooter) Peugeot 103, pendurada por 4 cabos e que permite voar sobre o vale…
(Partiu-se um dos cabos no dia anterior e foi preciso reparar o baloiço ainda naquele domingo de manhã, contaram-nos: “sem baloiço, é que não podíamos estar em dia de aniversário…”).
Região de Rio Maior (RRM) foi ao encontro deste Clube Motard Montanelas (CMM) e quis saber mais um pouco:
20 são mulheres, e quando se acabava a gasolina… acabava-se a festa
RRM: Comemoraram os 18 anos de existência, quantos sócios têm hoje? Homens, Mulheres, média de idades, são de onde?
CMM: Hoje temos cerca de 50 sócios, em que 20 são mulheres, e a média de idade ronda os 35 anos. São maioritariamente da aldeia de Casais Monizes mas também já temos sócios de aldeias vizinhas.
RRM: Nestes 18 anos de existência o que vos deu mais prazer e qual a maior dificuldade?
CMM: O maior prazer foi receber grandes grupos na nossa sede ou no baloiço. Como por exemplo no passado fim de semana com cerca de 400 pessoas a passar pela nossa sede.
A maior dificuldade foi no início da nossa existência, quando não se tem nada. Realizamos uma festa num espaço alugado arranjado dinheiro para um contentor que era abastecido por um gerador a gasolina.
Quando fazíamos uma festa nesse pequeno espaço ela terminava quando o gerador acabava os 5 l de gasolina. Velhos tempos e difíceis.
Trilhos, Mata-Bicho e a limpeza da Serra
RRM: O que costumam fazer durante o ano? Programa de atividades?
CMM: Durante o ano realizamos vários eventos: (Aniversário do clube) que consiste num convívio, com um churrasco, convidado vários grupos que partilham a mesma paixão.
(Mata-Bicho do Oeste) que consiste num pequeno-almoço organizado por vários grupos que rodam entre si.
(Limpar os Candeeiros) onde uma vez por ano damos uma volta a nossa serra recolhendo algum lixo existente.
(Participação nas Tasquinhas de Alcobertas) todos os anos participamos com um bar e organizamos um passeio turístico de motos e motorizadas.
(Passeio Moto Turístico) consiste numa volta de moto a locais de interesse turístico, durante um dia, fazendo sempre 300 ou 400 km.
(Trilho da Cabra) consiste na construção de um trilho na nossa serra com cerca de 6 km, onde a sinalética é feita com cabras em pedra.
(Summer Party in the Winter) uma festa com sabor a Verão, no Inverno, ou seja, um espaço aquecido, com areia e palmeiras, e muita música.
Realizamos também muitas atividades internas com desportos radicais e ao ar livre.
A sensação de liberdade e aventura… e também a criatividade
RRM: O que vos motiva a andar de mota? O prazer, o convívio?
CMM: Desfrutar da sensação de liberdade e aventura que vem com andar de moto. O convívio é também um dos motivos, já que nós motociclistas reunimo-nos em grupos para compartilhar a paixão pela condução de motos.
RRM: O baloiço com uma motorizada pendurada foi um sucesso. Como tiveram a ideia?
CCM: A ideia surgiu em casa de um dos fundadores do clube. Foi a esposa, também sócia do clube, que começou a dizer que devíamos fazer um baloiço, que estava a ser uma tendência um pouco por todo o país, e que nós estávamos num lugar privilegiado para isso. A vista é espetacular, e é uma zona de passagem de muitas motas. Com a continuação da conversa, e como é normal os jovens estarem sempre mais a frente, o filho começou a dizer que “o que era fixe” era colocar uma mota em vez de o tradicional baloiço…
Com o passar do tempo a ideia foi amadurecendo, e já na sede do Clube Motard Montanelas, começamos a idealizar mais em pormenor o projeto, e vimos que era possível realizá-lo.
A mota foi oferta do Vasco “Faiska”, sócio do clube, os barrotes foram oferta de uma empresa, a Riverwood, o restauro da mota foi feito por nós, assim como a instalação. A instalação do baloiço só foi possível com uma máquina telescópica emprestada pela empresa Ruipedra.
Em menos de dois anos recebemos uma notificação da Google a informar que mais de 200 mil pessoas tinham pesquisado pela localização do Baloiço Montanelas.
Mais uma vez obrigado a todos os envolvidos no projeto.
Empenhados numa rota de Moto-Turismo
RRM: Qual o impacto do Clube nos Casais Monizes e no Concelho? A terra é mais conhecida, a Comunidade é ajudada por vós…
CMM: Acreditamos que o impacto dos Montanelas é positivo para o concelho.
Desde a nossa fundação divulgamos a nossa região. Ao promover os pontos de interesse e turísticos da nossa região, começamos a notar que conseguimos atrair pessoas, e estamos empenhados em criar uma Rota de Moto-Turismo, o que será uma mais-valia.
O nome de Casais Monizes já se fala além-fronteiras do concelho e do distrito.
A comunidade é também apoiada por nós, a nossa sede muitas vezes é usada em prol da comunidade, com recolha de sangue 2 vezes por ano, com ações de sensibilização rodoviária, onde jovens todos os anos se juntam para passar o dia de Todos-os-Santos e a passagem de ano, assim contribuindo para uma maior proximidade e cumplicidade entre os jovens da terra.
Também, regularmente vamos com as crianças “Limpar os Candeeiros”, que é a atividade de recolher o lixo deixado na nossa serra.
Assim, deixamos a nossa serra ainda mais atrativa para nós e para os que nos visitam e os que passam por aqui.
RRM: Conhecem muitos outros Clubes no País? Relacionam-se com outros Clubes?
CMM: Temos boas relações com outros grupos e quando realizamos as nossas viagens tentamos sempre fazer umas paragens por outros moto-clubes. Também gostamos de receber bem quando passam pela Serra dos Candeeiros e teremos muito gosto em conhecer outros moto-clubes e também dar o apoio necessário.
RRM: Qual a maior viagem que fizeram até hoje?
CMM: A maior viagem foi á concentração de Faro.
Formação sobre segurança, mais Moto-Turismo e o segredo que ainda não se pode contar
RRM: No trânsito muito se fala das 2 rodas, uns a favor outros contra os perigos que podem representar em termos de acidentes. As motas são um perigo? Ou são vítimas?
CMM: Tentamos fazer o melhor para evitar acidentes. Sabemos que num acidente de moto o mais provável é ser fatal para quem a conduz. No ano passado fizemos uma Workshop sobre segurança rodoviária em 2 rodas, com a participação de 2 Bombeiros e 1 Polícia já experientes em vários acidentes de mota.
RRM: Planos para o vosso futuro?
CMM: Os planos para o futuro passam por dedicar mais tempo ao Moto-Turismo, através do conhecimento de novos pontos de turismo, assim como criar pontos de interesse na nossa serra para quem nos visita.
RRM: Qual o vosso maior desejo, agora que são “maiores”? Uma grande viagem com um grande grupo? Mais sócios? Uma grande atividade…?
CMM: O nosso principal objetivo é tornar a nossa serra numa zona de Moto-Turismo. Gostamos de nos dar a conhecer. Também gostamos de realizar os nossos passeios, e queremos mais e melhores para o futuro.
Temos também um projeto novo já falado internamente, mas não o podemos revelar ainda…
E é de “pequenino que se torce o pepino…”
[Imagens: RRM, CMM]