Municípios também vão gerir o Parque Natural

     

Em Ourém, na 5ª feira, e em Santarém na 6ª feira, foi apresentada a proposta do Plano de Cogestão do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC).

Criado em maio de 1979 (Decreto-Lei n.º 118/79, de 4 de maio), o PNSAC tem a sua sede em Rio Maior, depende do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), e teve até determinado momento um Diretor.

Cargo ocupado, entre outros, por Maria João Botelho (hoje na APRODER) ou José Alho (hoje vice-presidente da CCDR Lisboa e Vale do Tejo), veio a ser legalmente extinto, abrindo-se agora a possibilidade de voltar a existir.

 

A falta de um Diretor degradou o sentido de pertença

Segundo Óscar Pires, da Associação de Desenvolvimento das Serras de Aire e Candeeiros (ADSAICA), e que apresentou a proposta do Plano, desde novembro passado que a Lei voltou a prever a possibilidade de alguns Parques Naturais voltarem a ter a figura de um Diretor e o PNSAC pode ser um deles, “talvez lá para março”.

Ainda nas suas palavras a perda da figura do Diretor ajudou a degradar o sentido de pertença que os habitantes e entidades deveriam ter em relação ao Parque, nomeadamente os mais jovens a quem a existência do Parque Natural diz pouco…”.

Quer este Plano e as suas ações previstas, quer a existência de um rosto onde se identifique o Parque são importantes para afirmar esta Entidade junto da população.

Óscar Pires, da ADSAICA

Mais de 70 milhões de euros previstos até 2027

Este Plano de Cogestão do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros inclui o Monumento Natural das Pegadas dos Dinossáurios, em Ourém e Torres Novas, e pretende ser um elemento estratégico de apoio à gestão desta área protegida para o período 2024-2027.

São mais de 70 milhões de euros previstos de investimento na esperança de que a sua grande maioria sejam financiados pelos Fundos Comunitários.

Na sessão aberta por Ricardo Gonçalves, Presidente do Município de Santarém, este Plano foi apresentado como que “uma simbiose” existente entre todos os agentes da área do PNSAC, “benéfica para todos”, referindo-se a estes conceitos das “ciências naturais”.

 

7 portas de entrada no PNSAC

Estão, por exemplo, previstas 7 portas de entrada no PNSAC, um em cada Município que o constituí, projetos que saem de um conjunto de 5 linhas de ação, com um custo estimado de cerca de 28 milhões de euros, e visam privilegiar uma componente muito importante: o turismo.

Recuperar património e colocá-lo visitável e disponível para os visitantes, proporcionando uma integração entre vários pontos de atração, ligados a locais para estadia, são uma das formas apontadas que mais podem contribuir para a divulgação e afirmação do PNSAC.

O Plano de Cogestão vai ao pormenor de prever, inclusive, o transporte dos visitantes e da população residente, dentro e para o Parque, como forma de interligação e fecho de circuitos para visitas e mesmo convivência entre pessoas neste território.

A comissão de cogestão é presidida pelo presidente do Município de Alcanena, Rui Anastácio, e, na sua ausência, pelo presidente do Município de Rio Maior, Filipe Santana Dias.

Integra ainda o director regional da Conservação da Natureza e Florestas de Lisboa e Vale do Tejo e representantes do Politécnico de Santarém, de organizações não governamentais de ambiente, da ADSAICA- Associação de Desenvolvimento das Serras de Aire e Candeeiros, da APRODER – Associação para a Promoção do Desenvolvimento Rural do Ribatejo e da ADIRN – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte.

A ADSAICA foi criada em 1990 como ponto comum entre os Municípios que integram a área do PNSAC, esteve sem atividade e foi quase extinta recentemente, mas adquire agora uma nova vida e dinâmica ao elaborar este Plano de Cogestão e ser o instrumento dos Municípios para a sua implementação.

O PNSAC tem uma área de 38 392 hectares, abrangendo território dos concelhos de Alcanena, Alcobaça, Ourém, Porto de Mós, Rio Maior, Santarém e Torres Novas.

 

 

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