A 20 de julho de 1969, Neil Armstrong tornou-se o primeiro homem a pisar a Lua, assinalam-se neste sábado os 55 anos, e a bandeira cravada foi costurada por uma portuguesa.
Levados pela Missão Apollo 11, os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin alunaram o módulo Eagle a 20 de julho de 1969, às 20h17min UTC, o que corresponde à mesma hora em Portugal.
Michael Collins pilotou sozinho o módulo de comando e serviço Columbia, na órbita da Lua, enquanto os seus companheiros estavam na superfície.
6 horas depois, já depois das 2 da manhã de 21 de julho, Armstrong saiu do módulo e tornou-se o primeiro humano a pisar na superfície lunar, seguido por Aldrin vinte minutos depois.
Foi um serão e uma madrugada em cheio para a Humanidade, que assistiu nas televisões – então em expansão, e ouviu nas rádios, em direto, ao relato desta conquista.
Armstrong pisou na superfície lunar e soltou a expressão que ficou famosa: “É um pequeno passo para o Homem, mas um passo gigante para a Humanidade”.
Já Buzz Aldrin exclamou: “”Bela vista!”.
Os dois passaram cerca de duas horas e quinze minutos fora do módulo lunar e recolheram 21,5 quilogramas de material para trazer de volta à Terra.
Pelo meio, houve ainda tempo de espetarem no solo lunar um pequeno mastro que segurava uma bandeira dos Estados Unidos da América.
[Maria Isilda Ribeiro, em Valongo – foto de Júlio Almeida, RR]
Foi de Valongo para Nova Jérsia trabalhar numa fábrica de bandeiras
Maria Isilda Ribeiro vivia em Nova Jérsia e ajudou a costurar a bandeira norte-americana que se acredita ter sido deixada na Lua, há 55 anos.
Aos 20 anos, acabada de casar, Maria Isilda Ribeiro rumou à América, com a ajuda de familiares radicados em Nova Jérsia.
Não demorou a arranjar trabalho numa fábrica de bandeiras, a Annin & Company, que será ainda hoje a mais antiga do mundo a laborar.
Em entrevista à Rádio Renascença (RR), em 2019, no 50º aniversário da “ida à Lua”, Maria Isilda disse: “Fui logo trabalhar. A minha sogra estava na fábrica e eu e minha cunhada fomos parar lá. Tinha aprendido a costurar com umas tias da minha mãe e fiz um curso cá [nos EUA]”.
Um dia chegou a encomenda ‘espacial’: a bandeira norte-americana, com 90 centímetros por metro e meio, em fibra de vidro e nylon, para se hasteada na Lua, a que “faltava coser as bainhas, a dobra para a haste e fazer alguns remates”.
“Foi segredo enquanto não se soube. Não foi só lá que mandaram fazer a bandeira. Acabou por ser essa porque era especial, uma fibra especial. A minha chefe é que disse que tinha sido essa, a que eu tinha eu tinha findo, que foi a escolhida”, recordou Maria Isilda Ribeiro.
De acordo com a RR, a NASA nunca revelou quem forneceu a bandeira deixada na Lua por Neil Armstrong, gerando-se alguma especulação entre fornecedores, mas a Annin & Company garantiu que era a sua, versão que foi aceite para a História.
Maria Isilda, hoje com 78 anos, reformou-se e regressou a Portugal onde reside na sua casa em Soza, no concelho de Vagos.
Voltou da América, onde tem filha e neta, para tratar dos pais na velhice e acabaria por não mais deixar a terra que a viu nascer e que a tem como a “costureira da bandeira na Lua”.
Aspeto de uma das salas de trabalho da, hoje, Annin Flagmakers, em New Jersey
[Imagens: NASA, RR, Annin FM]