Os 92 anos de Ruy Belo

 

Rui de Moura Belo, o poeta Ruy Belo, nascido em São João da Ribeira (Rio Maior) a 27 de fevereiro de 1933, faria hoje 92 anos, se fosse vivo.

Foi um dos maiores Poetas contemporâneos portugueses, a par de Vitorino Nemésio e Jorge de Sena.

 

Um dos seus poemas mais conhecidos que faz referência direta a Rio Maior é “Pequena História da Minha Casa”, onde ele evoca memórias da infância e a ligação à sua terra:

“A minha casa ficava onde acaba o campo e começa o mar
mas havia um mundo inteiro entre um e outro
Havia Rio Maior, Santarém, Vila Franca e depois Lisboa (…)”

Neste poema, Ruy Belo fala sobre a sua casa e o caminho que fazia até à cidade, mencionando Rio Maior como um dos pontos no percurso da sua vida.

Outro poema que evoca a sua ligação à terra natal é “Aquele Grande Rio Eufrates”, onde o poeta trabalha a sua relação com o passado e o território que o viu nascer.

Disponível em “Aquele Grande Rio Eufrates”, in Todos os Poemas, edição Assírio & Alvim, 2009.

 

Quem foi Ruy Belo?

Rui de Moura Belo, nasceu em 1933 em São João da Ribeira (Rio Maior), neste dia de 27 de fevereiro.

Frequentou o Liceu de Santarém e em 1951 entrou para a Universidade de Coimbra como estudante de Direito.

Terminado o curso de Direito, já na Faculdade de Direito de Lisboa. No ano de 1956, partiu para Roma, onde estudou na Universidade S. Tomás de Aquino (Angelicum). Em 1958 com uma tese intitulada “Ficção Literária e Censura Eclesiástica”, fez o seu Doutoramento em Direito Canónico.

Em 1966, casa-se com Maria Teresa Carriço Marques, e nasceram do casamento três filhos: Diogo (1967), Duarte (1968) e Catarina (1974).

Foi Professor, Poeta e Escritor, Tradutor de Autores Estrangeiros, e no início da sua carreira Diretor-Adjunto do Ministério da Educação Nacional.

Foi Candidato a Deputado pela CEUD – Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, em 1969.

A sua obra, organizada em três volumes sob o título Obra Poética de Ruy Belo, em 1981, foi, entretanto, alvo de revisitação crítica, sendo considerada uma das obras cimeiras, apesar da brevidade da vida do poeta, da poesia portuguesa contemporânea, a par de Vitorino Nemésio e Jorge de Sena.

Morreu repentinamente aos 45 anos, em Queluz.

Em 1991 foi condecorado, a título póstumo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’iago da Espada.

O seu nome foi dado ao agrupamento de escolas de Monte Abrão (Sintra) e ao Centro Escolar de São João da Ribeira (Rio Maior), a terra que o viu nascer.

[Imagens: Bertrand, CML]

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