Pão de Rio Maior chega à América mas com problemas

A moda do “chocolate do Dubai” parece ter chegado também ao Pão de Rio Maior, mas agora que mal tinha começado é confrontada com problemas.
Joaquim Bonifácio, um emigrante português nos Estados Unidos, mais concretamente em New Jersey, natural de Alcobertas (Rio Maior), estabeleceu-se na atividade comercial de padaria onde teve um grande sucesso, vai para 15 anos.
No verão passado esteve em Rio Maior, durante as suas férias, e aproveitou a estadia para celebrar um acordo de exportação de Pão de Rio Maior, pré-congelado, para os Estados Unidos, tendo a sua padaria como ponto de venda e distribuição.
O sucesso do pão em terras americanas foi tal, que Joaquim montou um canal on-line para venda do pão pré-congelado e os americanos parece não quererem outra coisa, esgotando sucessivas cargas que seguem via marítima, em contentor, diretamente de Rio Maior.

Negócio ameaçado por Trump

Com um preço de venda de 3,90 dólares, para pães de 500 gramas (pão de meio quilo), o negócio está agora ameaçado pelas novas taxas alfandegárias que Donald Trump, o Presidente dos Estados Unidos da América, resolveu aplicar a partir de amanhã.
Nada mais que 25% de acréscimo, para importações superiores a 800 dólares, o que é o caso.
Cada contentor de 20 pés leva cerca de 24 toneladas de Pão de Rio Maior, o que equivale a cerca de 48 000 pães, de 500 gramas, em cada contentor, que assume um valor comercial de cerca de 90 000 dólares, ao que se somam agora mais 22 500 dólares de impostos, pela via das novas taxas de importação.
Perante isto, Joaquim Bonifácio não vê perspectiva de futuro, afirmando que “o cliente assim não vai comprar mais pão” e antevê mesmo o fim desta importação que apenas durou pouco mais de 6 meses.
Com 61 anos de idade, pondera mesmo vender a padaria e regressar à sua terra natal, Alcobertas, onde pretende investir em turismo rural.
“Trump vai destruir a economia do mundo”, afirma, ao mesmo tempo que vai dizendo que “às vezes há males que vêm por bem. Tenho pena de deixar o negócio, mas regresso a Portugal”.
[Imagem: JB]

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