Este ano de 2024 é bissexto e hoje é o dia extra que lhe dá essa qualidade, 29 de fevereiro.
Ficamos assim com 366 dias, um dia a mais que os normais anos de 365 dias, acontecendo de 4 em 4 anos.
Mas, se o ano for múltiplo de 100 e não for múltiplo de 400 já não será bissexto, mesmo que calhe no 4º ano que deveria de ser.
Por exemplo, o ano de 1900 não foi bissexto, os 366 dias saltaram de 1896 para 1904, e o de 2100 também não será, mas o ano 2000 foi bissexto, porque é múltiplo de 400.
Tudo isto para manter o calendário anual ajustado à translação da terra (o tempo que ela demora a dar uma volta ao Sol) e acertarmos as estações do ano com a luz, temperatura e humidade que devem de ter (ou deveriam ter).
Como aparece este calendário?
Isto começa quando um sábio de Alexandria, Sosígenes, organiza um calendário com base no Sol, para substituir o que vigorava até então que tinha por base a Lua.
Estávamos no ano de 46 a.C. e Júlio César ordenou que entrasse em vigor, daí o calendário chamar-se Juliano.
Este calendário já previa um dia a mais, de 4 em 4 anos, para fazer o acerto do ano civil com o ano solar, já que uma volta da Terra ao Sol não tem exatamente 365 dias. São 365,2425 dias.
E, já agora, o acerto é feito no mês de fevereiro porque foi o último mês a entrar para o calendário e teve de ficar com o resto dos dias que sobraram, 28 num ano normal e mais 1 no tal ano bissexto.
É que antes, o calendário de Rómulo, outra figura Romana, só tinha 10 meses.
Mas mesmo assim, este novo calendário Juliano, tinha problemas. Até porque, Augusto César, que sucedeu a Júlio, de quem era filho adotivo e herdeiro, quis acrescentar um mês em sua honra, o Agosto (de Augustus) e que tinha de ter 31 dias, tal como o mês de Julho, que homenageava o seu antecessor, Júlio César.
Era sempre o Fevereiro que sofria as consequências nestes ajustes.
O Papa Gregório teve de acertar os dias
Corridos séculos e verificando-se problemas neste acerto dos dias e meses do ano com as estações e até a luz solar, o Papa Gregório XIII decidiu intervir.
Em 1582 reforma este calendário Juliano, introduzindo a tal regra onde um ano que for múltiplo de 100, mas não múltiplo de 400, já não pode ser bissexto, fixou o equinócio da Primavera, que era móvel, e assim deu nome a este novo calendário, o Gregoriano.
Acabou por se generalizar e é aquele que ainda hoje utilizamos e que a maior parte do Mundo usa, se não internamente, para se relacionar internacionalmente.
A razão de se chamar “bissexto”
Chama-se “bissexto” porque os Romanos escreveram, em latim, “bis sextus dies ante calendas Martii”, o que quer dizer “o segundo dia sexto antes das calendas de março”.
Também há uma crença popular de justificar o “bissexto” como sendo o ano com 366 dias, logo, com 2 vezes o número 6 – bissexto.
Mas, segundo os estudiosos da matéria, é a primeira versão que está correta.