Segundo noticía hoje a CNN, um grupo de especialistas alega que a Linha de Alta Velocidade entre Lisboa e Porto deve ser alterada para a margem esquerda do rio Tejo, para passar pelo novo aeroporto em Alcochete.
O troço previsto entre Leiria e Lisboa, que atravessaria Rio Maior em direção ao Carregado e estava planeado para começar após 2026, seria agora alterado. Em vez disso, atravessaria o rio Tejo logo em Lisboa, numa nova ponte entre Chelas e o Barreiro, entrando na margem sul e passando por Alcochete, onde o novo aeroporto será construído.
Daqui, do aeroporto, passaria por Almeirim, atravessando o rio Tejo em Santarém e seguindo pela linha do Norte, que passaria a ter 4 linhas, ou paralelamente a esta, em direção a Leiria.
Estação muda de Rio Maior para Almeirim
Olhando para o mapa de opções de linhas da Infraestruturas de Portugal (IP), percebe-se que o traçado inicialmente previsto incluía uma Estação para passageiros em Rio Maior, na zona de Vale de Óbidos – Asseiceira. Embora esta Estação nunca tenha sido retirada do plano, agora estava fora de questão nesta nova linha de alta velocidade.
Há em Rio Maior quem defenda que se deveria aproveitar a “ideia” para manter, ao menos, uma estação de manutenção das composições dos comboios, usando a plataforma prevista no projeto.
Agora, se optarem por abandonar este traçado de linha (indicado no mapa a azul-claro), os comboios não passarão mais por Rio Maior e seguirão outro caminho (a linha verde na imagem), com uma Estação prevista em Almeirim (que no mapa vem identificada como Estação de Santarém).
Segundo Carlos Fernandes, vice-Presidente da IP e responsável pelo projeto da linha de alta velocidade, se o traçado passar pelo Carregado, como ainda está previsto, há já uma solução pensada para fazer aí a ligação ao novo aeroporto.
Mas, este grupo de especialistas, onde a CNN ouviu João Santos Silva, garante que a opção pela margem sul do Tejo é mais barata, porque envolve menos pontes e túneis, com um terreno mais fácil, e pede uma nova avaliação do projeto.
Este “novo traçado” terá 170 km, vai “atrasar” a viagem entre Lisboa e Porto, que passará a demorar mais 4 minutos (agora estão previstos 1h15, e passará a 1h19), mas será mais barata e eficaz.
Pede-se uma nova Comissão Independente para o comboio
Em cima da mesa está a sugestão de que uma Comissão Independente avalie a situação, tal como aconteceu com o aeroporto. A Comissão poderia ser liderada por Rosário Partidário.
O vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, lembra que “um estudo de traçado completo implica anos e anos de trabalho”. Ele recorda que o projeto da Alta Velocidade define a passagem exatamente por Leiria, uma região sem serviço ferroviário, e conclui que “passar por outros locais e outras cidades seria outro projeto”.
Para já, o projeto segue com o que lançaram a 12 de janeiro deste ano. Este compreende o troço entre o Porto e Soure e envolve um investimento de cerca de 3.550 milhões de euros.
São dois troços, um de 71 km que liga Porto a Oiã, no concelho de Oliveira do Bairro, e outro que unirá esta zona a Soure. A previsão é lançar este último no próximo mês de julho.
[Imagens: IP]