É hoje apresentado o Plano Ferroviário Nacional que contempla a travessia sul-norte da zona oeste, incluindo Rio Maior, da linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto e que chegará lá para 2028. 1 hora e 15 minutos entre cidades é o que se anuncia.
Entretanto, lembramos aqui a ligação existente outrora entre Rio Maior e o Vale de Santarém que nunca chegou a transportar pessoas, como previsto, e nunca foi ligada a Peniche, como previsto.
A 19 de Agosto de 1907 o Governo decretou a sua construção, em 1911 deslocou-se a Lisboa uma delegação de representantes dos Concelhos de Rio Maior, Cartaxo e Caldas da Rainha que foi recebida pelo Ministro do Fomento e este prometeu desenvolver todos os esforços para a construção do ramal do caminho de ferro que servia Rio Maior- Setil – Peniche.
Em 1920 o Governo abre concurso público para a construção da linha férrea de Rio Maior, mas não apareceram concorrentes e a linha não sai do papel.
Em 1942 a Comissão Reguladora do Comércio do Carvão é autorizada a contrair um empréstimo bancário de 18 mil contos – cerca de 90 000€ para fazer face às despesas com a construção do caminho-de-ferro mineiro.
A linha é, finalmente, construída em 1945, mas apenas no traçado Rio Maior – Vale de Santarém, para transportar a lenhite extraída na Mina do Espadanal e que a Grande Guerra exigia.
Pelas 22.30 horas, do dia 24 de abril de 1945, saiu de Rio Maior o primeiro comboio carregado com lenhite, embora antes já tivesse saído um carregamento de 250 toneladas de madeira de pinho.
A partir daí, de Rio Maior saíam dois comboios diários em direção ao Vale de Santarém, um com lenhite e outro com madeira.
O imponente cais ferroviário da mina localizava-se no local em que atualmente está construído o pavilhão multiusos de Rio Maior.
Em 1965, com o encerramento da Mina do Espadanal, terminam a operação do comboio vindo a linha a ser desmantelada em 1970. Já no final da década de 90 o Município de Rio Maior adquire o traçado da linha, no seu território concelhio (ver imagem).
Integrada no Plano de Ação para o Oeste e Lezíria do Tejo, com alcance até 2014, estava prevista para 2015 uma nova linha ferroviária ligando Caldas da Rainha (Linha do Oeste), Rio Maior (futura ligação Lisboa-Porto em alta velocidade), e Santarém (Linha do Norte, ligando em Setil), orçamentada em 37 M€. Este projeto foi suspenso em 2010.
A CP 135 (ver imagem), em exposição no Museu Ferroviário do Entroncamento, foi a última locomotiva a sair de Rio Maior… para não mais voltar.
[Imagens: CP, Arquivo, GeoCaching]