No Auditório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa, foram apresentadas as pré-conclusões da Comissão Técnica Independente (CTI) que foi designada para estudar a localização do Novo Aeroporto da Região de Lisboa.
Numa sala apinhada de interessados neste assunto, estas “pré-conclusões” irão agora passar pelo crivo da consulta pública, até 19 de janeiro de 2024, e só depois se transformam num Relatório Final, que será entregue ao Governo para decisão.
A CTI extingue-se nesse momento.
Nas palavras de Carlos Mineiro Aires, ex-Bastonário da Ordem dos Engenheiros e agora Presidente da Comissão de Acompanhamento do Novo Aeroporto, logo no início desta Conferência que serviu para apresentar o resultado dos Estudos declarou: “Não me passa pela cabeça que isto não venha a servir para nada”.
Deixou também claro que qualquer solução apontada para o aeroporto, de nada serve se a rede ferroviária não for desenvolvida e ligada à rede transeuropeia.
Já Maria do Rosário Partidário, Presidente da CTI, entre muitas outras considerações afirmou que: “nenhuma das localizações estudadas está preparada para receber o movimento do aeroporto”, e que portanto, o País teria de estar ele preparado para enfrentar esta realidade.
Ainda nas suas palavras, “questões como o imobiliário, o licenciamento, a nova habitação, a especulação, induzem dificuldades em todos os locais estudados”.
E, para rematar, a construção do aeroporto “vai demorar tempo, é preciso ter consciência de que vai demorar tempo…”.
Para além dos Estudos feitos pelas diversas entidades e especialistas, foram ouvidas 135 800 opiniões, de cidadãos, que foram desde os contributos, muito positivos, para que Vendas Novas surgisse na equação, até à localização do novo aeroporto… nas Berlengas!
Alcochete e Vendas Novas aparecem destacadas como sendo das mais viáveis, considerando 5 aspetos técnicos estruturantes, onde Alcochete reúne mais condições.
Após a consulta pública que termina a 19 de janeiro, de 2024, e entregue o Relatório Técnico Final ao Governo, é preciso ter em conta que o País vai a eleições a 10 de março e que, portanto, só um próximo Governo tomará decisões, ou não.
Certo é, que se for decidido em 2024, só 6 anos (a correr tudo bem) e 8 mil milhões de euros depois teremos a 1ª pista funcional e estaremos prontos a receber voos intercontinentais, o objetivo traçado para este novo aeroporto.
Muitas dúvidas estão no ar, e que foram logo expressas no momento, desde os defensores de Santarém que prometeram reagir, às opiniões que atiram para 15 anos de construção, aos que duvidam da não necessidade de dinheiros públicos na construção desta infraestrutura, depois dos estudos indicarem que nenhuma das localizações estudadas “precisaria de financiamento público”.