Aeroporto: E Santarém?

Nos 5 critérios estruturais apontados, Santarém não se destaca em especial em nenhum deles e aparece como uma boa solução apenas 2 vezes e em 2ª escolha.

Segurança aeronáutica, acessibilidade e território, saúde humana e viabilidade ambiental, conectividade e desenvolvimento económico, investimento público e modelo de financiamento, foram os 5 fatores críticos de análise.

 

Ferrovia e espaço aéreo são problemas

Seguindo a apresentação dos resultados do estudo, feito pela Comissão Técnica Independente (CTI), Santarém é desde logo prejudicado porque a linha ferroviária de alta velocidade não passa naquele território -sai de Lisboa em direção a Aveiras de Cima, Rio Maior, Benedita e Leiria, onde tem uma estação, e tem como fator negativo decisivo problemas de navegação aérea.

Segundo a parte do Estudo realizada pela NAV Portugal – Navegação Aérea, o espaço aéreo de Santarém está comprometido com servidões militares, desde logo Monte Real (Leiria), com a base Aérea nº 5, uma “Base NATO”.

Assim que Rosário Partidário, Presidente da CTI, acabou a sua exposição, Carlos Brazão e a sua equipa levantaram-se da sala, visivelmente incomodados e saíram.

Carlos Brazão representa o Consórcio Magellan 500, que se propõe a construir o novo aeroporto em Santarém (nas Freguesias de São Vicente do Paúl e Casével).

À saída, e em breve conversa com o Região de Rio Maior afirmou que não iriam tecer quaisquer considerações naquele momento e que se remetiam para uma posição a transmitir mais tarde, talvez hoje.

 

“Temos de analisar isso muito bem”

Ricardo Gonçalves, Presidente do Município de Santarém, interveio colocando algumas questões, nomeadamente, muita da análise da CTI ser de base “potencial” e não com um carácter mais objetivo.

Fez ainda, alusão a muitos outros estudos anteriores que sempre apontaram um aeroporto na margem sul como tendo uma fragilidade, a ligação por uma ponte, e falou ainda no critério da coesão nacional e “nunca ter visto relevância nos Estudos” da questão da navegação aérea ter sérios problemas sobre Santarém.

Na sala e nos corredores, várias foram as vozes dos adeptos de Santarém que comentaram esta apresentação, ora discordando, ora apontando medidas a tomar já na consulta pública que decorre até 19 de janeiro.

“Se o espaço aéreo está comprometido, mudem Monte Real e até Tancos para Beja…”, “se a linha ferroviária de alta velocidade não está fechada, aproveitem para desviar o troço da linha do norte em Santarém e resolvam o problema de vez…”.

No final da apresentação, António Costa, Primeiro-Ministro demissionário, também declarou que este “era apenas um estudo técnico”, e “um Governo quando decide não tem em conta somente aspetos técnicos”, pelo que a janela ficou aberta para o que poderá aí vir quanto a uma decisão final que, ainda segundo ele, “poderá não ser como agora se apresenta”.

Depois destas conclusões apresentadas ontem, que terão de auscultar a opinião pública durante 1 mês, sairá então um Relatório Final a ser entregue ao Governo, mas que ainda enfrenta várias nuvens no ar: teremos eleições a 10 de março, de onde sairá novo Governo e não sabemos em que circunstâncias e de que espectro, Luís Montenegro, líder do PSD, não se compromete com esta “indicação de resultados” da CTI, o novo aeroporto depende de muitas outras infraestruturas a construir -ponte, ferrovia, estrada, habitação, ….

A Procissão pode até nem sequer ter chegado ao adro, ainda.

Fica aqui a intervenção de Ricardo Gonçalves, o edil de Santarém:

Aeroporto_Resultados_CTI_Ricardo_Gonçalves

 

 

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