Aeroporto: Força Aérea não facilita Santarém

A Comissão de Acompanhamento (CA) dos trabalhos da Comissão Técnica Independente (CTI) emite hoje o Parecer que remete ao Governo a conclusão do Relatório Final quanto à localização do novo aeroporto.

São 2 Comissões diferentes.

A CTI, liderada por Rosário Partidário, que estudou as diversas localizações para um novo aeroporto, fosse ele sozinho ou em complemento do que já existe em Lisboa, o Humberto Delgado, produzindo um Relatório Final.

E, uma outra, a Comissão de Acompanhamento da CTI, liderada por Carlos Mineiro Aires (ex-Bastonário da Ordem dos Engenheiros) que vai analisar as conclusões da primeira, e emitir um Parecer, que acompanha o Relatório Final.

Esta CA reuniu hoje de manhã no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), apreciou a versão final do “Relatório Ambiental” elaborado pela CTI e está a emitir um Parecer escrito que segue para o Governo, junto do tal Relatório Final da CTI.

Recorde-se que o relatório preliminar foi apresentado a 5 de dezembro do ano passado, sendo que recomendava uma solução dual, e apontava como a solução “com mais vantagens” a construção de um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, mantendo o Aeroporto Humberto Delgado.

A 18 de janeiro, já desta ano, a CTI esteve em Santarém, na Casa do Campino, a fazer a mesma apresentação e a “explicar melhor” o caso de Santarém.

 

Santarém evita pagar 5 mil milhões, mas Força Aérea não deixa

Vários são os prós e contras da solução de Santarém, desde logo contra o condicionamento do espaço aéreo sobre a região de Santarém, devido aos corredores da Força Aérea da Base Militar de Monte Real, que tem compromissos NATO.

A favor de Santarém, a indemnização a pagar à ANA/VINCI se a opção for Alcochete, porque no contrato feito com o Estado ficou contemplada uma zona exclusiva num raio de 75 kM, a que Santarém escapa.

Ainda, a favor, o investimento escalabitano que se faz com capitais privados em exclusivo.

A solução de Santarém só seria viável se a Força Aérea aceitasse rever os seus corredores aéreos, ao mesmo tempo que os promotores de Santarém fizessem ajustes aos seus desenhos das pistas.

 

Monte Real é imprescindível e não vai para lado nenhum

Ora, segundo noticia o jornal Expresso o ainda Primeiro Ministro a 18 de janeiro, António Costa, apelou à Força Aérea que pudesse ponderar a migração da sua Base de Monte Real para outra localização, para não interferir com um aeroporto em Santarém.

Segundo o mesmo jornal, a Força Aérea declarou estar inamovível na sua posição, com os militares a afirmar que “Monte Real é uma base da NATO imprescindível para a defesa nacional e a missão dos F16”.

Referem ainda que o investimento feito em Monte Real, em equipamentos militares de guerra e manutenção é muito elevado e sensível para ser transferido para outro qualquer local.

Posto isto, ou o novo Governo tem outros argumentos para convencer a Força Aérea, ou terá de ter argumentos diferentes mas para convencer a ANA/VINCI a não cobrar 5 mil milhões de euros de compensação, se a construção for em Alcochete.

Envolver a ANA/VINCI na construção desta solução Alcochete, mas de forma forçada para não aplicarem a fatura dos 5 mil milhões, pode por em causa a concorrência e os melhores preços, já afirmam uns, enquanto outros já vislumbram Vendas Novas no horizonte, não só pelas boas bifanas, mas pela solução mais barata e viável para um aeroporto.

 

 

 

 

 

 

 

[Imagem: KO]

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