“Foi gratificante o trabalho que fizemos com Universidade Nova de Lisboa. Vamos dar continuidade ao projeto produzindo os primeiros queijos com algas “alface do mar” e “nori”.
Quem o afirma é Adolfo Henriques, sociólogo, mas que há 40 anos decidiu produzir queijo chèvre na sua aldeia-natal da Maçussa (Azambuja) e logo lhe disseram que estava louco.
Mas não estava. Fez um curso no Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (LNETI), ganhou as bases e o resto aperfeiçoou com o tempo.
Adolfo Henriques
Produção “à antiga”
Um dos primeiros clientes foi o mítico Michel, pai do também Chef Olivier, que usou o “chèvre da Maçussa” numa receita premiada pelo jornal A Capital, em 1986: chèvre panado com doce de framboesa.
A produção não foi industrializada e continuam a sair apenas 100 queijos por dia, à antiga, numas pequenas instalações junto à casa do proprietário.
Chegaram algas do mar à Maçussa
Granja dos Moinhos, o nome da sua queijaria e marca do queijo, fez uma parceria com a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Daqui saiu parte de uma tese de doutoramento em Ciências dos Alimentos, intitulada «Development of dairy and non-dairy cheeses enriched with seaweeds», da autoria de Bruno Campos, e inserida nos objetivos do projeto Alga4food.
Este é um projeto desenvolvido no departamento Química da mesma instituição que visava a divulgação das algas ao público em geral.
E assim, a colaboração resultou nalguns estudos onde se pretende incentivar o uso de algas na produção de queijo do tipo Mediterrânico.
“As algas são nossas amigas, e podem contribuir de variadíssimas formas em produtos alimentares e nas refeições do dia-a-dia”, afirma ainda Adolfo Henriques.
Se o leitor quiser, pode pedir para ver o Estudo aqui:
https://www.researchgate.net/…/344052156_Seaweeds_An…
Queijo com algas “alface do mar” e “nori”, pela 1ª vez, na Granja dos Moinhos, em Maçussa. Vale a pena experimentar!
[Imagens: Adolfo Henriques, Granja dos Moinhos]