Bombeiros: “um grande acidente” para treinar

     

Os Bombeiros Voluntários de Rio Maior levaram a cabo uma simulação de um grande acidente, no passado sábado.

O cenário

Uma falha mecânica de um veículo pesado de passageiros (autocarro), na interseção da Av. 13 Julho com a Av. dos Combatentes, em Rio Maior, resulta no despiste desse autocarro, com 20 ocupantes no seu interior, acabando por tombar sobre um veículo ligeiro de passageiros, que circulava na via, encarcerando dois ocupantes que nele seguiam.

Às 16h40 é dado o alerta e a partir daí desencadeia-se toda uma operação donde resultaram 21 vítimas, com graus diferentes de lesões, umas leves, outras graves e também críticas.

O realismo deste cenário de treino acrescentou ainda 2 vítimas mortais.

 

E quais os objetivos?

“Testar as capacidades do Corpo de Bombeiros Voluntários de Rio Maior para lidar com estes cenários de exceção (Multivítimas), assim como testar a interoperacionalidade dos meios dos Corpos de Bombeiros de proximidade, e das outras entidades que respondem no âmbito do Sistema Integrado de Emergência Médica e do Sistema Integrado de Operações de Proteção Socorro”, lê-se na Nota enviada pelos Bombeiros de Rio Maior às redações.

Ainda, “como objetivo secundário, a sensibilização da população geral para cenários multivítimas, em particular para o risco de acidentes evolvendo veículos pesados de passageiros pela importância da utilização dos sistemas de retenção na utilização dos mesmos”, também consta da comunicação enviada.

     

     

Mais de 100 agentes envolvidos e 13 Entidades chamadas ao local

Desde a GNR, que geriu todo o trânsito naquele episódio, ao pessoal de Proteção Civil do Município (quer na montagem do cenário) quer no apoio às operações de socorro, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação de Rio Maior, voluntários da VMER – viatura médica de emergência e reanimação, vindos do Hospital de Santarém, uma ambulância, e respetivos técnicos, de suporte imediato de vida de Alcobaça, todos responderam à chamada desencadeada após o “aparatoso acidente”.

Numa operação coordenada pelos Bombeiros Voluntários de Rio Maior, no terreno e na pessoa do seu 2º Comandante Luís Coelho, juntaram-se as corporações de Bombeiros de Alcanede, Alcoentre, Azambuja, Benedita, Caldas da Rainha, Pernes e Santarém, que trouxe um “kit de triagem multivítimas”, que permite triar e identificar o estado das vítimas.

Rio Maior aportou 28 bombeiros.

     

Um cenário o mais real e complexo possível

O realismo e a complexidade do cenário foram ao ponto de algumas das vítimas (a fingir) não serem nacionais e, portanto, pôr-se um problema da comunicação entre vítima e operacional.

3 voluntários indicados pela Associação H2O, de Arrouquelas, de nacionalidade Belga, Ucraniana e Polaca, cumpriram bem esse papel.

E a operação, que se desenrolou ao fim da tarde, entrou pela noite dentro, acrescentando a dificuldade da falta de luz natural, com um arrefecimento de temperatura com impacto nas vítimas, chegando-se aos 10 ºC no local, e envolvendo uma situação de helitransporte para um grande Hospital.

A simulação da vinda de um helicóptero do INEM para pousar no Estádio Municipal, que melhores condições reúne para o efeito, na proximidade do “acidente”, levou a que também a DESMOR, empresa municipal que gere o Complexo Desportivo, também estivesse envolvida na preparação do Estádio para esta operação de socorro.

No fim, até uma empresa de limpeza da via “foi chamada” para as normais limpezas necessárias depois de um evento deste tipo e prevenir outros acidentes.

     

Mais de 3 horas em operação neste “acidente”

Foram mais de 3 horas num “mega-exercício” que pôs à prova mulheres, homens e meios, da região, num evento que todos queremos que não aconteça, mas que se o caso se der, tem de ter resposta treinada.

Segundo o 2º Comandante dos Voluntários de Rio Maior, Luís Coelho: “quisemos trazer para aqui, não só um cenário multivítimas, mas também várias dificuldades a todos os operacionais que lidam com estes cenários”.

Previamente a este exercício, todas as “forças” envolvidas estiveram reunidas no Pavilhão Multiusos, onde receberam um briefing e se prepararam para a operação, como vai acontecendo nas formações que têm nos seus Quarteis e Sedes, local de onde foram saindo em resposta “ao toque da sirene” mas, dando o respetivo desconto de tempo como se viessem da sua origem.

Um simulacro de um acidente complexo, porque, se acontecer, “temos de ter a noção de todos os recursos necessários a uma operação destas e ter os elementos treinados a dar resposta e a salvar vidas”, ainda nas palavras de Luís Coelho.

Toda esta operação foi sujeita ao olhar atento de Avaliadores, que no final irão produzir um Relatório sobre o que correu bem e menos bem para se afinarem procedimentos e métodos. “Faz parte, e assim é que se evolui”.

Aqui, na simulação, no fim todos ficaram bem.

Veja aqui algumas imagens em video:

Bombeiros_Simulacro_25 novembro 2023

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