Caldas da Rainha está de luto pela perda do seu Hospital.
O Ministro da Saúde anunciou a 27 de junho que o Novo Hospital do Oeste seria construído no Bombarral.
Serão entre 5 e 7 anos para o construir, 1 892 trabalhadores deslocados para a vila do Bombarral, 467 camas, 16 especialidades médicas e 3 centros hospitalares atuais que deixarão de o ser: Peniche, Torres Vedras e Caldas da Rainha.
O que serão no futuro? Talvez unidades de cuidados continuados e com prestação de outros serviços de saúde.
500 anos depois perdem-se urgências e cirurgias
O certo é que perdem as urgências médicas e cirúrgicas.
E Caldas da Rainha tem Hospital… há 500 anos!
Posto isto, no passado sábado, cerca de três centenas de pessoas juntaram-se no centro das Caldas da Rainha em protesto pela decisão tomada e vestiram-se de t-shirts negras dizendo “Eu luto pelo hospital”, onde até a Rainha D. Leonor foi vestida de preto.
Ao mesmo tempo, a cidade amanheceu com faixas negras afixadas nos edifícios da autarquia e de vários estabelecimentos comerciais, para além de “publicidade” em muppies e cartazes de protesto espalhados um pouco por toda a cidade.
“É uma jornada de luto e de luta pelo Hospital de Caldas da Rainha”, porque esta decisão tem “efeitos económicos e sociais profundamente negativos que se abaterão sobre o concelho”, afirma Vítor Marques, presidente da autarquia.
Para mais, que “o Bombarral não tem condições para alojar as infraestruturas à volta do hospital como tem Caldas da Rainha”, disse também Sobreiro Duarte, um dos manifestantes.
“Caldas da Rainha tem um hospital há muitos anos e construiu a economia e a comunidade à volta dele”, sublinhou a caldense Catarina Emílio, outra manifestante presente.
Tomada a decisão, e enquanto não se sabe que destino e serviços terá o agora hospital, Caldas da Rainha, “cidade criativa”, está de luto, um luto que até faz parte da sua programação cultural.
O hospital, apresentava esta manhã a azáfama do costume, e que não era pouca.