A ENDESA, empresa do setor elétrico, e a CONFAGRI, Confederação de Agricultores, organizam na Chamusca um Curso de “Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos”.
Esta ação visa o desenvolvimento económico da região e, à primeira vista, pode parecer estranho o envolvimento de uma empresa elétrica numa ação agrícola.
Mas não é. A ENDESA “entra” nesta ação devido a ter sido a principal concessionária da Central do Pego e, quando ela foi encerrada em novembro de 2021, assumiu o compromisso da execução de uma “transição justa” dos seus funcionários para o mercado de trabalho.
Tudo isto faz parte de um projeto de formação e de desenvolvimento social e económico para a Região, o Plano Global de Formação, aqui também em parceria com a Fábrica do Empreendedor da Chamusca.
Assim, este Curso de APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS com início a 3 de novembro e término a 18 de novembro, abriu inscrições que irão encerrar no dia 24 de outubro.
O curso é gratuito, com capacidade para 19 pessoas por edição, dirigido a toda Região de implantação do Projeto de Transição Justa do Pego.
Será dada prioridade a residentes, ex-trabalhadores Pego, pessoas em situação de desemprego e mulheres.
Não é necessário nenhum requisito prévio para frequentar este curso.
Este é o link para a inscrição:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSe8_y1aDDT4fF_nWQcg-3gfDwUe70VulZifxU76BPs66X6ZCg/viewform
Breve enquadramento desta Central do Pego
A central a carvão do Pego (Abrantes) entrou em funcionamento em 1993, a produzir energia elétrica, com uma licença detida pela Tejo Energia, válida por 28 anos.
O Contrato de Aquisição de Energia terminou em 30 de novembro de 2021 e não foi renovado pelo Governo, no âmbito da estratégia de descarbonização nacional.
Hoje, e no espaço anexo àquela central, hoje desativada, funciona uma outra central elétrica a gás natural, em operação desde junho de 2010.
A decisão daquela central no Pego foi um processo demorado e chegou a estar em cima da mesa a sua construção em Rio Maior para tirar proveito da lignite (uma forma de carvão) de que os solos de Rio Maior dispõem.
O receio de que a exploração dessa lignite fosse feita a “céu aberto”, criando crateras, levantou oposição popular e o excesso de humidade que este “carvão de Rio Maior” continha, levantou objeções técnicas.
Ficou-nos a subestação elétrica de Rio Maior (em Senhora da Luz), embora a maioria da sua implantação esteja no concelho de Caldas da Rainha, inaugurada em 1979 e que foi uma das primeiras em Portugal a funcionar em muito alta tensão (400KV).
A Central do Pego ficou assim ligada a esta subestação através de uma linha de muito alta tensão.
Rio Maior não ficou com a Central, mas absorve a eletricidade que nela era produzida, no Pego.
[imagem: ENDESA, SOL]