Na passada semana Região de Rio Maior trouxe-lhe aqui a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em números e factos.
Hoje, a menos de 48 horas da chegada do Papa a Portugal, damos-lhe uma panorâmica do que se vai passar em Rio Maior e para isso fomos ao encontro dos Coordenadores das operações locais da JMJ, para uma Grande Entrevista.
Raquel e David Nogueira Ricarte, ela com 30 e ele com 31 anos, ela jurista e ele economista.
São os Coordenadores do Comité Organizador Paroquial (COP), de Rio Maior. Na Paróquia são leitores e pertencem à equipa de Encontros de Preparação para o Matrimónio. Também desenvolveram trabalho no âmbito do Sínodo 2021-2023.
[Raquel e David Nogueira Ricarte]
Desde 1986, em Roma
RRM: O que é a Jornada Mundial da Juventude para a Paróquia de Rio Maior?
R&D: A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é um evento promovido pelo Papa, em que convida os jovens de todo o mundo a encontrarem-se consigo num lugar do mundo. A primeira JMJ foi em Roma, em 1986, em que o Papa João Paulo II convidou os jovens a juntarem-se a ele no Domingo de Ramos. Cerca de 350 mil jovens responderam ao apelo do Papa e, dado o sucesso da primeira edição, decidiu-se repetir a JMJ, aproximadamente, de quatro em quatro anos, variando entre os continentes.
A próxima JMJ será em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto de 2023. As Dioceses de Lisboa, Setúbal e Santarém são responsáveis pelo acolhimento dos peregrinos nessa semana, sendo que a Paróquia de Rio Maior será uma das Paróquias de Acolhimento da Diocese de Santarém.
RRM: Desde quando andam a preparar a JMJ e porque se envolveram?
R&D: Nós entrámos já numa fase bastante tardia, há cerca de 1 ano e meio, considerando que já há pessoas no grupo a preparar a JMJ desde 2019, ano em que foi anunciado que as JMJ se realizariam no nosso país. Acabámos por nos envolver por convite da Bárbara Martins e do Pedro Santos, os grandes impulsionadores da participação da nossa Paróquia, que nos viam a estar envolvidos noutros grupos da comunidade e, por várias circunstâncias, acabámos por ir ganhando mais responsabilidade.
[Numa formação com parte do grupo, na Aula Magna em Lisboa]
130 voluntários e 50 famílias
RRM: Quantos são os voluntários presentes em Rio Maior e são responsáveis pelo quê?
R&D: Neste momento, uma vez que as Paróquias de Alcobertas e Gançaria não receberam peregrinos e os voluntários estão a trabalhar em coordenação com os voluntários de Rio Maior e que também já tínhamos voluntários da zona sul da Vigararia connosco, totalizamos quase 130 voluntários a trabalhar para que a JMJ Lisboa 2023 seja possível e chegue a todos.
Somos responsáveis por acolher os peregrinos que nos foram alocados, quer em espaços coletivos, quer em famílias de Acolhimento. Estas últimas totalizam cerca de 50 famílias, uma preciosa ajuda para melhor acolher quem vem até à nossa comunidade.
Estarão 270 polacos em Rio Maior
RRM: Quantas pessoas estarão em Rio Maior durante a Jornada?
R&D: Foram alocados à nossa paróquia 271 peregrinos.
RRM: De onde vêm?
R&D: Polónia.
RRM: Onde ficam alojadas?
R&D: Ficarão alojados em Famílias de Acolhimento e no Pavilhão Multiusos de Rio Maior.
RRM: Têm a colaboração de instituições neste alojamento e apoio (ficam hospedados só em famílias, no Centro Pastoral, em Pavilhão do Município…os Escuteiros, empresas…)?
R&D: Sim, temos a colaboração da Câmara Municipal de Rio Maior e da DESMOR no espaço concreto que iremos utilizar.
No entanto, ao longo dos últimos meses, celebrámos protocolos com diversas entidades do Concelho (públicas e privadas), às quais muito agradecemos, no sentido de estarmos preparados para alojar mais peregrinos, tendo inicialmente capacidade para cerca de 1500 peregrinos em espaços coletivos.
Como nos foram alocados apenas 271 peregrinos e tivemos também uma grande adesão das Famílias de Acolhimento, apenas foi necessário utilizar o Pavilhão para albergar os menores e seus tutores e também para servir de posto de comando da equipa de voluntários.
Rise Up com um Bispo Polaco
RRM: Há algumas atividades previstas com eles, cá?
R&D: Neste momento, não está prevista nenhuma atividade aberta à comunidade com os peregrinos.
Prevemos apenas pequenos momentos de convívio entre peregrinos e voluntários nos momentos de acolhimento diários.
Decorrerão também 3 catequeses Rise Up: encontros dos jovens peregrinos com um Bispo que fala o mesmo idioma que eles, onde tratarão de temas importantes levantados pelo Papa Francisco durante o seu apostolado.
Estes encontros decorrerão na Igreja Paroquial de Rio Maior nos dias 2, 3 e 4 de agosto e, apesar de serem em polaco, serão abertos a quem quiser participar.
Sem custos locais diretos
RRM: Há custos locais com a Jornada?
R&D: Não teremos custos locais diretos. Todos os materiais (kits de voluntários, kits de peregrinos, alimentação,…) foram providenciados pela organização central da JMJ Lisboa 2023.
Assim sendo, os eventuais custos serão os que decorrem do normal funcionamento dos espaços cedidos.
Contamos também com a generosidade de todas as pessoas da nossa comunidade, no que toca à oferta de alguns bens necessários para um acolhimento mais personalizado aos peregrinos.
RRM: Quantos voluntários de Rio Maior vão participar na JMJ?
R&D: Todos, cerca de 130.
RRM: Farão o quê, em geral?
R&D: Serão responsáveis pelo acolhimento e acompanhamento dos grupos de peregrinos, preparação das catequeses, distribuição dos pequenos-almoços para quem fica no espaço coletivo e também pela manutenção, segurança e organização dos espaços. Quando for possível, participarão nos eventos centrais e nas atividades em Lisboa.
[Um momento da peregrinação dos Símbolos das JMJ]
A esperança de um impacto na comunidade
RRM: A população tem mostrado interesse?
R&D: Tem havido um interesse crescente, à medida que as jornadas se vão aproximando.
Para isso, têm contribuído significativamente as manifestações mais públicas de que a JMJ Lisboa 2023 já está a decorrer, nomeadamente a passagem dos Símbolos da JMJ na nossa Vigararia, na última semana de junho e o Gesto Missionário que decorreu esta semana (27 e 28 de julho) e que consistiu na visita dos voluntários a vários lares da nossa Vigararia, para um momento com os idosos.
RRM: Rio Maior ficará diferente depois das JMJ? Em que sentido?
R&D: A nossa esperança é que haja um impacto na comunidade, tanto a um nível religioso, como também ao nível de participação e entreajuda na comunidade, um despertar pós-pandemia.
Queremos que este evento seja uma prova de que os jovens são uma força ativa, estão presentes e que querem mudar o mundo e que Rio Maior seja reconhecido como um Concelho que acolhe bem e que fica na memória dos nossos peregrinos polacos!
[imagens: JMJ COP Rio Maior]