Na madrugada do próximo domingo, dia 29 de outubro, quando forem 2h00, atrase o relógio para a 1h00.
É bom porque ganha 1 hora de sono… se estiver a trabalhar, não se preocupe, também sai uma hora mais cedo… mas nem sempre foi assim e não é pacífico.
Até quando…
Até 31 de março de 2024 teremos este horário de inverno, dia em que regressamos ao horário de verão, com o avanço de uma hora no relógio.
Este regime da mudança da hora é regulado por uma diretiva europeia de 2000, que define que a entrada no horário de verão ocorre no último domingo de março e termina no último domingo de outubro.
Para já, o Jornal Oficial da União Europeia calendarizou estas mudanças até 2026.
Porque a mudança da hora não agrada a todos
Isto, porque a mudança não é assim tão consensual e vamos “andando de pé em pé”.
Em 2018, a Comissão Europeia publicou um estudo que indicava que 84% dos europeus, de um total de 4,6 milhões de inquiridos, são a favor do fim das mudanças de horário duas vezes por ano.
Em 2019, o Parlamento Europeu votou a favor do fim das mudanças de hora, a implementar a partir de 2021.
No entanto, uma vez que a decisão também depende do Conselho Europeu, tal não chegou a acontecer: os governos não chegaram a acordo e não há previsão para o assunto ser retomado.
Em Portugal, o Observatório Astronómico de Lisboa defendia num Relatório, em 2018, que “a melhor solução” para o país é a que “atualmente existe”.
Ainda assim, sugeria que em vez de mudarmos a hora em outubro, seria melhor se a mudássemos no fim de setembro (1 mês antes).
Os Especialistas dizem que estas mudanças perturbam o sono
A Associação Portuguesa do Sono defende a abolição da mudança de hora, duas vezes por ano, e quer a permanência no horário de inverno.
A organização aponta problemas associados à hora de verão, como a menor duração do sono e a maior frequência de acidentes de viação, além de, a longo prazo, existir uma “maior propensão” para doenças como diabetes, cancro ou obesidade.
Em outubro do ano passado, um grupo de especialistas de organizações internacionais, onde esteve a Aliança Internacional pela Hora Natural, a Sociedade Europeia de Ritmos Biológicos e a Associação Médica Europeia, por exemplo, propôs o fim da mudança da hora na União Europeia e o alinhamento dos fusos horários dos diferentes países.
Afinal, quando começou a mudança da hora?
A primeira mudança de hora aconteceu oficialmente em 1916, quando os relógios do Império Alemão foram adiantados uma hora no dia 30 de abril.
Estávamos em plena 1ª Guerra Mundial e o objetivo era minimizar a utilização de iluminação artificial, de forma a poupar combustível para o esforço de guerra (gás, petróleo, carvão).
E Portugal?
A ideia alemã foi seguida por outros países, como Reino Unido e França, com Portugal logo ali entre os primeiros.
Acabada a Grande Guerra, em 1918, a hora de verão continuou a ser implementada no nosso país praticamente sempre até hoje.
Mas é curioso que em 1922, 1923, 1925, 1930 e 1933, de acordo com os dados do Observatório Astronómico de Lisboa, a hora não mudou.
Só, depois, em 1992 é que por decreto-lei do Governo liderado por Aníbal Cavaco Silva estabeleceu que o país passava a estar, durante o horário de inverno, 60 minutos adiantado face ao Tempo Universal Coordenado e, durante a hora de verão, o avanço era de 120 minutos.
Ou seja, foi adotada a hora da Europa Central
Andámos sempre com a hora de verão e, no próprio verão, tivemos que avançar uma hora mais para podermos ter o mesmo horário dos outros países do centro da europa.
Foi uma espécie de horário uniformizado europeu.
Tal foi justificado para Portugal poder acompanhar a abertura das Bolsas Europeias, trabalhar ao mesmo tempo dos restantes europeus, podermos estabelecer contactos entre entidades públicas e privadas no mesmo horário.
A confusão instalou-se: no inverno, amanhecia tarde e, no verão, o dia podia estender-se até para lá das 22h.
Em 1996, já com o então primeiro-ministro António Guterres, o país regressou ao regime anterior, e que ainda se mantém.
E no resto do Mundo?
Depois de várias oscilações ao longo do tempo e entre nações, atualmente a maioria dos países europeus muda a hora duas vezes no ano, o que acontece também nos Estados Unidos e no Canadá.
Mas esta não é a opção mais comum no Mundo?
Atualmente, menos de 40% dos países a nível global fazem a alteração, embora 143 já a tenham adotado em algum momento da sua história e depois abandonaram a ideia de mudança de horários.