Afinal, Nobre e trabalhadores não se entenderam e partem para a greve, a 19 de março.
A decisão foi tomada, por unanimidade, pelos mais de 300 trabalhadores que afluíram em massa aos plenários do passado dia 28 de fevereiro, assumindo posição de força perante a inexplicável irredutibilidade da administração em negociar o caderno reivindicativo apresentado.
A 7 de fevereiro noticiamos que os trabalhadores da Izidoro (Montijo) avançavam para a greve, no dia de Carnaval, porque a administração daquela empresa se recusou a recebê-los.
Já na Nobre Alimentação, havia o compromisso de serem recebidos, naquela semana de 12 a 16 de fevereiro e, portanto, não fazia sentido qualquer greve.
Foram recebidos, mas não houve acordo
Efetivamente, foram recebidos, mas não se chegou a nenhum acordo.
A administração da Nobre “desconsiderou todas as reivindicações que, efetivamente, garantiriam melhoria dos rendimentos dos Trabalhadores”, lê-se no comunicado recebido do SINTAB.
Ainda, segundo aquela nota, limitam-se a “as sugestões de possibilidade de intervenção nas condições dos balneários e da cantina, mas sem efetivar prazos nem valores de investimento, o que rapidamente se percebeu ser apenas um artifício ou manobra de diversão”.
Greve a 19 de março, todo o dia
O SINTAB remeteu assim, o pré-aviso de greve dos Trabalhadores da NOBRE ALIMENTAÇÃO para o dia 19 de março de 2024, na unidade de Rio Maior, durante todo o dia.
O Caderno reivindicativo apresentado à empresa no início do ano, exigia um aumento salarial de 150€, a valorização do subsídio de refeição e do trabalho noturno, a implementação de diuturnidades, direito a 25 dias de férias, e o fim do recurso à contratação precária, entre outras medidas.
Por seu lado, a administração escuda-se num relatório interno de gestão de menor incremento do volume de negócios, mas sem nunca referir os resultados líquidos, já que esses são altamente positivos e deveriam ter reflexo nos salários, afirma o SINTAB.
Lembrando o passado, os Trabalhadores mais antigos recordam, com saudade, o tempo em que trabalhavam de facto para a família NOBRE, e de como se lhes garantia, sempre, um salário em “20 contos” superior ao Salário mínimo Nacional (SMN).
Marcolino e Manuel Sequeira Nobre, fundadores das Indústrias de Carnes Nobre
[Imagens: RRM, Cidadania RM, Mundo Português]