Parabéns: Expresso, 50 anos

   

«63 por cento dos portugueses nunca votaram»

6 de janeiro de 1973, mais de 60 000 exemplares, 24 páginas, 2 cadernos, 5$00 (cinco escudos), a publicidade na televisão havia sido proibida, foi assim a 1ª edição do jornal Expresso nas bancas, há 50 anos. A caixa-alta daquele número foi uma sondagem encomendada para o efeito: «63 por cento dos portugueses nunca votaram».

No dia 21 de dezembro de 1972, no hotel Ritz, realiza-se a sessão de lançamento do novo semanário, que sairia para a rua neste dia (há 50 anos) e teve como primeiro dirigente Francisco Pinto Balsemão, que se encontrava ligado à imprensa por razões familiares — o avô, como ele chamado Francisco Pinto Balsemão, comerciante e militante republicano, foi fundador e proprietário de jornais; posteriormente, o tio e o pai foram os proprietários do Diário Popular.

Francisco Pinto Balsemão abandona então o Diário Popular e decide investir num jornal próprio, com o modelo «dos jornais ingleses de domingo de qualidade», como o The Sunday Times e The Observer.

Tem por 1ª sede o segundo andar direito, do nº 37, da Rua Duque de Palmela, em Lisboa. O prédio tem a particularidade de se tratar de um imóvel desenhado em 1902 pelo arquiteto Ventura Terra e onde já vivera Afonso Costa.

A primeira versão do semanário surge em formato broadsheet e com dois cadernos. O primeiro caderno de caráter mais noticioso, com uma primeira página forte e secções bem definidas nas páginas interiores, e o segundo, chamado Revista, menos ligada ao dia a dia e convidando à reflexão com entretenimento para o leitor.

A primeira redação era chefiada por Augusto de Carvalho. José Manuel Teixeira estava encarregue da secção nacional, Fernando Ulrich (sob o pseudónimo Vicente Marques) fazia a crónica bolsista, António Patrício Gouveia escrevia sobre economia, Álvaro Martins Lopes na secção internacional e Inácio Teigão no desporto. Faziam também parte Fernando Brederode Santos, Teodomiro Leite de Vasconcelos (Rádio Renascença), João Bosco Mota Amaral (correspondente nos Açores com o pseudónimo J. Soares Botelho), Mercedes Balsemão (esposa do diretor, que fazia as palavras-cruzadas com o pseudónimo Marcos Cruz), Juan Luis Cebrián, primeiro diretor do El País e correspondente do Expresso em Madrid. O diretor de publicidade era Jorge Galamba.

Nas fotografias podemos ver a 1ª sede do jornal, na Rua Duque de Palmela, em Lisboa e do “vizinho” Pabe, restaurante onde jornalistas conviveram e realizaram muitas das entrevistas de referência do Expresso (imagens de ontem), o fundador e a 1ª capa do Expresso, hoje nas bancas.

A nossa homenagem e os nossos Parabéns.

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