Páscoa: o que se come (e bebe) afinal?

     

Chanfana, Borrego, Cabrito, Galo, Leitão, Bacalhau, Polvo ou uma Bola de Carne, onde a carne de porco e os enchidos cozidos, tipo “cozido à portuguesa”, são envoltos na massa do pão.

São várias as tradições neste Portugal e Ilhas, desde os salgados aos doces, onde aqui a oferta é ainda maior e predomina a confeitaria conventual.

O cabrito e o borrego assados são as duas carnes mais comuns nos almoços de Páscoa. Geralmente acompanhados com batata assada, são dois pratos que satisfazem as delícias de muitos portugueses.

Na versão do peixe, o consumo de bacalhau e polvo aumenta muito no dia de Páscoa, por serem um tipo de pescado muito versátil dado que é possível confecioná-lo de várias formas.

 

A Norte

No Norte destacam-se as bolas recheadas, o cabrito e o folar.

Em Vila do Conde e na Maia, por exemplo, chama-se “pão-doce” ao folar e come-se pão de ló, broinhas e ainda o famoso bolo de Margaride de Felgueiras.

Há também os borrachos de Valença do Minho, que são pequenos fritos feitos com ovos, açúcar, pão ralado e canela.

Já na Beira Baixa e Beira Litoral, o folar é o doce principal da mesa, enfeitado por um ou vários ovos cozidos.

Na Covilhã, costuma comer-se as típicas empanadilhas da Páscoa, um doce em forma de meia lua, recheado de nozes ou amêndoas, as broinhas e os bolos de azeite.

 

A Beira Litoral e o Alentejo

Na Beira Litoral, a tradição passa pela chanfana ou leitão assado antes de se comer os doces.

A sul do tejo, Alentejo, o borrego não pode faltar na mesa, que é também composta por vários doces, de que são exemplo as queijadas, os bolos “fintos” e também o folar.

Em Elvas, é típico um doce de Páscoa feito em forma de animais que é, depois, decorado com amêndoas brancas e ovos cozidos.

Este mesmo doce já assume a forma de coração se for em Castelo de Vide.

 

Algarve e Ribatejo

Descendo ao Algarve, Olhão, dá-nos a provar o folar de folhas, que leva canela, açúcar amarelo, limão e manteiga.

No Ribatejo o mais popular para a Páscoa é também o Cabrito Assado, mas também, tal como no Carnaval, o galo.

Para doces, temos uma grande variedade começando pelo Folar da Páscoa, Bolo Podre, Pão-de-Ló de Alpiarça, Broas de Almeirim e Broas Castelares.

Ainda, no campo dos doces, os Arrepiados e os Celestes de Santarém, o Bolo de Cabeça e o Pastel de Feijão de Torres Novas, os Bons Maridos de Ferreira do Zêzere, as Fatias de Tomar e a Palha de Abrantes.

Em Rio Maior, desde o galo com nozes, a chanfana, cabrito da serra, ou as várias formas do bacalhau (lapardana, tiborna, talim-talão,…), é a escolher, sendo que uma sobremesa de pão-de-ló de Rio Maior ou uns nógados assentam sempre bem.

 

     

Imagens de galo com nozes, chanfana, cabrito no forno e nógados.

 

E o que se bebe?

Entre branco ou tinto, cheio.

Do País inteiro, Ilhas incluídas, passando pelo Tejo e Rio Maior, em particular, brancos, tintos, rosés, frisantes e espumantes, há muita variedade. Obviamente, não falamos de verdes, que os há, mas a Norte.

A tradição vínica do concelho remonta a 1924, há 100 anos, com a fundação, por João Tedósio Barbosa, das Caves D. Teodósio especialistas na produção, engarrafamento, comercialização e exportação de vinhos e bebidas espirituosas.

Rio Maior tem hoje várias explorações agrícolas e vitivinícolas com produção de vinhos brancos, tintos e espumantes, de grande qualidade, onde predominam as castas Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Alvarinho, Aragonez, Arinto, Cabernet Sauvignon, Castelão, Fernão Pires, Moscatel Graúdo, Pinot Noir, Syrah, Touriga Nacional, Trincadeira e Trincadeira das Pratas.

As principais Casas Vinícolas de Rio Maior são a Adega Porta de Teira, as Caves D’Alagoa, a Quinta da Badula, a Quinta da Cortiçada, a Quinta dos Penegrais, a Tinto de Azinho e a Enoport, que têm visto os seus vinhos premiados, nacional e internacionalmente, para além de vários outros pequenos produtores, que engarrafam e comercializam as suas produções.

Sem esquecer que algumas destas Casas entram no campo de outras bebidas como sejam as aguardentes, tão necessárias para digestivo, por estes dias.

Para o melhor néctar do repasto, é escolher!

     

       

     

 

Abaixo, e para ser diferente, deixamos-lhe uma receita de um Folar de Páscoa.

Receita de Folar da Páscoa

  • 800 g de farinha
  • 100 g de margarina
  • 35 g de fermento de padeiro
  • 250 g de açúcar
  • 3 ovos
  • 2 dl de leite morno
  • sal, canela e erva-doce q.b.
  • 3 ou 4 ovos cozidos para enfeitar o folar

 

  1. Dissolva o fermento num pouco de leite morno e junte alguma farinha. Faça uma bola bem húmida e deixe levedar 20 minutos.
  2. Amasse a restante farinha com o açúcar, o leite e os ovos e junte a bola de fermento. Bata bem. Acrescente a manteiga, o sal e as especiarias.
  3. Bata até a massa se soltar da tigela. Deixe levedar numa tigela tapada com 1 cobertor, em local protegido e ameno, durante + ou – 3 horas.
  4. Faça então uma bola ligeiramente abolachada, onde coloca os ovos previamente cozidos e frios.
  5. Com um pouco de massa faça uns cordões que coloca a rodear os ovos.
  6. Pincele com gema de ovo, deixe levedar mais 1 pouco e leve a forno quente (200ºC) até ficar bem corado e cozido.

 

Feliz Páscoa e bom repasto!

 

[Imagens: Palhinhas Gold, Tripadvisor, Turismo de Rio Maior]

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