Rio Maior: LIAM faz 80 anos

O Núcleo da LIAM em Rio Maior, assinalou a 6 de fevereiro os seus 80 anos de existência.

Com início em 1703, mas fundada a nível nacional a 13 de maio de 1937, a Liga Intensificadora da Ação Missionária (LIAM) vê dar os primeiros passos em Rio Maior, em novembro de 1944, onde 3 meses depois, a 6 de fevereiro de 1945, foi formalmente constituída.

Sendo um dos Movimentos mais antigos do País, este movimento de leigos procura dar visibilidade e vivência à dimensão missionária da Igreja Católica em Portugal e ao mesmo tempo apoiar a Missão que se faz além-fronteiras, quer por Padres ou Agentes da Igreja Católica, quer por leigos.

Estar ao lado “dos mais pobres e abandonados”, promover a “primeira envangelização”, “defender a justiça e a paz”, estar ao serviço das igrejas locais e “promover o diálogo com as outras religiões”, são as suas principais tarefas, anunciadas na sua página oficial.

Alberto Santos, coordenador da LIAM Rio Maior

 

Há mais de 20 anos na frente da LIAM em Rio Maior

Alberto Santos, da Paróquia de Rio Maior, está à frente dos destinos do Núcleo local da LIAM, há mais de 20 anos.

Nas suas palavras “já fomos um movimento grande, com muita gente… mas presentemente, não se consegue”.

À pergunta do Região de Rio Maior “como se podem cativar mais pessoas”, Alberto Santos responde: “É difícil. As pessoas não se querem responsabilizar, e neste campo ainda menos. Desconhecem também o movimento, e a nossa Paróquia já foi grande missionária, com muita gente, mas agora presentemente não se consegue. Já convidei várias pessoas, elas vêm, mas depois vão-se embora… e, portanto, é difícil mesmo”.

Para além da oração solidária, daqui saíram muitos géneros e bens destinados às Missões, sobretudo em África, aqui se deu muito apoio aquando do movimento dos repatriados durante a operação de descolonização, a partir de 1974.

Alberto Santos lembrou esses tempos, e os dos primeiros 30 anos da LIAM em Rio Maior em que “nós chegamos a ter neste dia [do aniversário] na antiga Casa do Povo, uma grande festa onde havia teatro, do grupo amador local e era sempre um grande dia de festa e alegria”.

 

Aristides Neiva, Missionário, aqui num musseque, em Luanda, Angola

 

Aristides Neiva, um Missionário: “fazemos aquilo que está ao nosso alcance”

O Padre Aristides Neiva (AN), associou-se neste domingo às Comemorações destes 80 anos, ele próprio um Missionário, e veio fazer um apelo: “precisamos de mais voluntários e missionários”.

 

Falamos também com ele:

Região de Rio Maior (RRM): O que é a LIAM (Liga Intensificadora da Ação Missionária)?

Aristides Neiva (AN): É um grupo apostólico ligado aos Missionários do Espírito Santo, um movimento laical que tem como finalidade apoiar a atividade missionária do mundo inteiro. Estes Missionários trabalham em cerca de sessenta países. Estes grupos tem esta missão de participar na atividade missionária da igreja através da oração, através de campanhas de solidariedade, também tendo encontros de formação, e dessa forma os seus membros também se sentem missionários por participar juntamente com os missionários que estão noutros países. Assim, participam da mesma missão da igreja.

RRM: E como é que está o mundo?

AN: Depende das regiões… mas está a precisar naturalmente da luz do Evangelho, e é essa a nossa missão. Fazemos aquilo que está a nosso alcance, confiando que o Espírito Santo também não nos abandona e, portanto, todos juntos, participando, colaborando, vivendo a nossa vocação, ajudaremos o mundo a tornar-se melhor, certamente.

Já há 150 anos se faziam coisas extraordinárias sem os meios de hoje…

RRM: Vivemos a globalização… novas tecnologias, isso melhorou as vidas das pessoas e está mais facilitada a vossa missão?

AN: É sempre difícil fazer uma avaliação porque normalmente as avaliações só se fazem mais tarde, agora é um facto que a tecnologia facilita antes de mais a comunicação facilita também o conhecimento das realidades noutros contextos, noutros países, noutras regiões isso é bom.

Ajuda-nos a partilhar em tempo real a própria situação dos Missionários e sem dúvida é uma boa ajuda, mas eu acho que o mais importante não depende das tecnologias. Digo isto porque a gente vê os diários, os relatos dos Missionários de há cem anos… e há cento cinquenta anos faziam coisas extraordinárias não tendo os meios que nós hoje temos.

Acho que o mais importante é mesmo aquilo que vem do nosso coração, da nossa boa vontade, da nossa fé, isso é que faz a diferença.

O Globo iluminado simbolizando o Mundo, e uma vela por cada continente

 

A necessidade da renovação

RRM: E o que faz mais falta hoje à LIAM, pessoas…?

AN: Como é um grupo com um movimento que já existe há mais de oitenta anos, sentimos a dificuldade da renovação, naturalmente, porque entretanto também foram surgindo outros grupos na igreja. Temos essa dificuldade da renovação, mas isso não angustía. O mais importante para nós é fazermos aquilo que podemos fazer em cada momento, o resto confiamos ao Espírito Santo.

RRM: E é dessa forma que pensam cativar as pessoas para esta causa?

AN: Nós informamos, partilhamos, damos a conhecer. Depois compete a cada um decidir se quer participar. Há outras formas também de participar, nas Paróquias, nas várias Dioceses… um grupo de a LIAM, é um grupo missionário, onde há outros ligados a outros institutos e, portanto, não somos exclusivos.

Nós fazemos as nossas propostas, livremente, as pessoas podem aderir ou não. Respeitamos sempre as decisões de cada um…

Alberto Santos, o 2º a contar da esquerda, e Aristídes Neiva, o 6º a contar da esquerda, por entre o Grupo atual que constitui hoje a LIAM em Rio Maior. Neste domingo, comemorando os 80 anos da LIAM (feitos a 6 de fevereiro).

 

[Imagens: RRM, 7Margens]

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