Assinala-se hoje, 27 de março, o Dia Mundial do Teatro, campo onde Rio Maior se afirma com registo há mais de 150 anos.
O “velho” Teatro Riomaiorense durou um século
«Desde 1870, nas barreiras do sítio das amendoeiras, viria a construir-se, por acções subscritas, o velho edifício do Teatro Riomaiorense. A iniciativa partiu de uma comissão constituída por Emídio José de Oliveira, Dr. Bernardino Arde Soveral, José Carreira de Almeida, Francisco Henriques de Carvalho e Francisco Inácio Regalo. A construção foi lenta e feita por fases, funcionando com obras e bancadas improvisadas, também com o apuro de espectáculos por amadores e até com o trabalho voluntário de pedreiros e carpinteiros. Foi uma obra colectiva dos habitantes de Rio Maior»
É assim que Fernando Duarte descreve a construção do edifício do “antigo teatro”, em Rio Maior, no seu livro “História de Rio Maior”, uma Edição do Autor, Rio Maior, 1979, na página 44.
Este edifício do Teatro foi assim construído na Rua Cidade de Santarém, em Rio Maior, vindo a ser demolido um século mais tarde, dando hoje lugar a um parque de estacionamento, propriedade do Lar Fausta Nobre.
Segundo Augusto Lopes, licenciado em História e que investigou e escreveu sobre o tema, “a tradição pela arte de representação em Rio Maior é muito antiga, provavelmente tão antiga quanto o concelho. Daí que se tenha justificado a construção de instalações próprias (…)”.
O Teatro Riomaiorense, era assim inaugurado em 1880 e tinha 15 camarotes, 16 frizas, 80 lugares de plateia e 50 lugares de público geral, dotado de um amplo palco e diversos camarins.
Do Grupo Cénico Zé P´reira aos dias de hoje
No início da década de 40, do século passado, surge o Grupo Cénico Zé Pereira.
Este será um grupo amador que vai representar, ao longo dos anos 40 e princípios de 50, inúmeras peças originais de autores riomaiorenses, com destaque para Amílcar Barbosa, Georgette Goucha e Laureano Santos, que retratam com bastante sucesso os problemas e o quotidiano riomaiorense.
O êxito é tanto que «as representações se sucedem todas as semanas até já não haver mais espectadores», chegando mesmo a atuar fora da então vila, exibindo-se na Ribeira de S. João e em A-dos-Francos.
Ao longo dos tempos, com cariz mais “profissional” ou amador, entre vários pequenos grupos de teatro ou experiências mais únicas, Rio Maior sempre foi tendo, pelo menos, um grupo de teatro mais constante, de que será exemplo nos dias de hoje os projetos “Quem não tem cão…”, o “Coletivo RG – Projeto Teatro Comunitário”, “Beleza Teatro” ou “Somos Todos um Rio”, cujo principal dinamizador é Rui Germano.
Mais vocacionado para o Cinema, Rio Maior contou ainda com as Salas do Cinema Casimiros e mais tarde, desde novembro de 2006, o novo Cine-Teatro Municipal.
As imagens do Cinema Casimiros e do Cine-Teatro Municipal de Rio Maior
Aqui, imagens do projeto Beleza Teatro e (em último) do Grupo Cénico Zé P’reira
[Imagens: Cidadania RM, O Riomaiorense, Beleza Teatro]