Secundária quer o papel de volta

A Escola Secundária de Rio Maior (Dr. Augusto César da Silva Ferreira) tomou uma posição no seu Conselho Geral a pedir o regresso do papel aos manuais, provas de aferição e exames finais nacionais, em todos os níveis de ensino.

“Recursos Digitais SIM, Manuais Digitais Não”

É assim que começa esta “Tomada de Posição” do Conselho Geral, o órgão de direção estratégica responsável pela definição das linhas orientadoras da atividade da escola.

Presidido pelo professor de matemática Luciano Vitorino (que já esteve na frente dos destinos da Escola Profissional), este Conselho alega impacte ambiental, implicações na saúde humana e distrações constantes dos alunos para se opor à digitalização completa da escola, desde logo com enfoque nos Manuais Escolares.

Para além disso, alegam ainda, a dificuldade de personalizar e fazer apontamentos e o peso das mochilas: o computador equivale ao peso de 2 ou 3 manuais.

“um problema que grassa no sistema educativo português”

Numa missiva que acompanha a Tomada de Posição, Luciano Vitorino fala-nos de um “Deslumbramento Digital”, diz, “que se materializa através da implementação de manuais digitais, provas de aferição em formato digital e, pasme-se, existe a intenção de aplicar a mesma metodologia aos exames finais nacionais, já em 2025”.

Referindo-se ainda a um artigo publicado no jornal The Guardian, a propósito de um recente relatório da UNESCO sobre a educação, cita:

– “Nem toda a mudança constitui um progresso. O facto de algo poder ser feito não significa que deva ser feito.”;
– “nenhum ecrã pode substituir a humanidade de um professor”;
– “assegurar que a tecnologia serve a educação e não o contrário”;
– “tecnologia deve estar ao serviço das pessoas e que a tecnologia na educação deve colocar os alunos e os professores no centro”.
Ainda, segundo a Tomada de Posição, “a tecnologia traz muitas possibilidades de aquisição de informação que a sociedade (…) deve abraçar e a escola (…) deve saber gerir.

Malefício no exagero de horas de ecrã

Mas, mostrando o exemplo de outros países que já passaram pela experiência, Suécia e Países Baixos, por exemplo, evidenciam “estudos internacionais que alertam para os malefícios do exagero de horas de ecrã em qualquer faixa etária e, sobretudo, durante a infância e a adolescência.
Posto isto, foi “aprovado por unanimidade, a tomada de posição (…) recomendando o retorno aos Manuais em formato de papel em todos os níveis de ensino. O mesmo deverá acontecer com as provas de aferição e exames finais nacionais”.
[imagem: SUL]

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